Terapeutas e outras técnicas

 

Postado em 24 de abril de 2017


Por força de um debate muito interessante que mantive em um dos grupos de Tantra que participo pelo WhatsApp, estive contando e, só no ano passado, fui paciente da massagem, a que aplico e ofereço às pessoas, por mais de 25 vezes. Só este ano já foram 08 sessões. Entendo que o maior vacilo que um terapeuta tântrico pode cometer, é o de deixar de receber a massagem e não vivenciar as emoções e sensações por ela proporcionada.

 



Respeito opiniões contrárias, mas entendo que o terapeuta que se esqueça do seu lado paciente, acaba por deixar a massagem tântrica apenas na sua mente, junto com outras diversos temas da vida que entopem nossas cabeças. Tudo precisa ser bem distribuído e o corpo do terapeuta também precisa estar com seus estímulos em dia e em equilíbrio. É uma forma de se cuidar também.

O tema do debate, como sempre, descambou para críticas referentes aos trabalhos de outros grupos. No entanto, pude notar, com muita clareza, que tais críticas estavam sendo feitas sem conhecimento de causa, por terapeutas que não tinham experimentado a técnicas dos grupos que estavam sendo criticados.

Ao longo desses mais de 14 anos, tive a oportunidade de ser paciente de diversos terapeutas, de diversos grupos e diversas metodologias de trabalho. Na realidade, eu criei essa oportunidade para mim, a partir do momento em que decidi conhecer outras técnicas para me aprimorar. A maioria eu achei incrível e algumas poucas foram apenas neutras, porém jamais foram ruins. Poderia, por ter experimentado na prática, tecer críticas das mais diversas. Mas, prefiro guardar minhas opiniões para mim, até por uma questão de ética. O que eu notei em comum em praticamente todas as terapeutas que me atenderam, foi o carinho que fizeram o seu trabalho, o mais importante.

Quem trabalha com a massagem tântrica verdadeira, trabalha com amor e, inevitavelmente, seguirá sim a linha de pensamento de Osho, no todo, ou em parte. Eu, por exemplo, a sigo integralmente.

Também é minha opinião, que um terapeuta não pode trabalhar com conceitos fechados, devendo estar sempre aberto ao novo e ao que desconhece. Desde que seja bom para suas pacientes; desde que seja importante para os bons resultados, acredito que novos aprendizados práticos sejam válidos.

Noto, em muitos debates, que existem por parte de alguns terapeutas conceitos muito fechados e eu não sou dessa linha. Falam que jamais trabalharam como grupo X, que grupo Y aplica algo errado. Falam, mas com base no que ouviram falar, ou leram, sem, no entanto, terem experimentado.

Acho os cursos, workshops e leituras extremamente importantes. Mas, entendo que é ainda mais importante receber a massagem e vivênciar experiências com outros terapeutas e outras técnicas. Eu aprendi, aprendo e sempre aprenderei muito com outros terapeutas. Acho incrível como adquiro conhecimentos sendo paciente. É uma troca mais intensa.

Levamos às pessoas novas possibilidades. Somos responsáveis por dissolver tabus, paradigmas e preconceitos. Oferecemos, na imensa maioria das vezes, o desconhecido. Portanto, não podemos nos dar ao direito de termos quaisquer restrições ao que oferecemos e aos nossos objetivos.

Optei por uma linha mais pragmática. Não gosto de colocar muito "mimimi" sobre a terapia durante debates. Aliás, as terapeutas que me atenderam agiam da mesma forma, sem "mimimi". Vejo excesso de teoria e excesso de opiniões nos debates. Porém, vejo pouca discussão sobre casos concretos, principalmente, sobre os mais complexos, que poderiam ajudar muito outros terapeutas nos seus trabalhos e, consequentemente, muitas pessoas por eles atendidas.

Enfim, um dia posso até deixar de ser terapeuta. Porém, paciente, jamais. Acredito na massagem tântrica como benefício para outras pessoas e para mim também.

Nada é fechado. Precisamos expandir sempre nossos horizontes. A vida não é estática. Ela precisa seguir em frente para fazer sentido. Mas, isso vai da opinião e, principalmente, da decisão de cada um.

 

Por Marcelo (Prem Prabhu)