Já repararam que, hoje em dia, tem uma quantidade enorme de pessoas e “profissionais” dizendo como temos que viver, sentir e fazer as coisas? Realmente isso é muito chato e, pelo que tenho notado, não vem dando certo para quem busca este tipo de mentoria. E o pior, é que, muitas vezes, o discurso é um, mas a prática é outra, ou seja, não passa de "mais do mesmo" para nos doutrinar. É como se achassem que vão ligar um interruptor em nós e tudo se transformará. Mas, não é assim que funciona com os seres humanos. Nós somos processuais.

São propostas de vida voltadas apenas para (supostos) resultados, cujos meios são nada mais do que ferramentas “robotizantes”, que a esmagadora maioria não atingirá. São trabalhos que propõem transformações de rebanhos, com fórmulas prontas e com pouquíssimas capacidades de adaptações para casos concretos. A questão é que, com isso, estão querendo afastar de nós o que há de mais precioso em nossa existência, ou seja, nosso EU primal, nossa natureza, nossa essência.

Neste esquema terrível de vida que querem te enfiar goela abaixo, o natural é não ser natural. O sincero não traz sinceridade alguma. A verdade é uma grande mentira. A liberdade é limitada ou escravizadora. As crenças, principalmente em si, são limitantes. O amor, principalmente, o próprio, passa longe. O sensorial é meramente virtual e não há acolhimento algum.

A questão é que, como a proposta é para que fujamos das nossas naturezas, mais cedo ou mais tarde, ela se coloca em seu lugar, prevalecerá e, com efeito certeiro, cobrará um preço de nós por isso. Dependendo do déficit que foi deixado, a cobrança pode ser muito cara.

Você pode se robotizar e até obter alguns resultados no início. Mas, tenho que dizer que o efeito não durará muito tempo e que sua natureza romperá essa casca fina da redoma que te colocaram. E mais fórmulas “robotizantes” surgirão e logo cobrarão que você seja outra pessoa, sob outras concepções de vidas que serão criadas. No fundo, com a mesmíssima intenção: a de nos afastar das nossas naturezas.

Independentemente das circunstâncias, seja sempre você! Busque apenas entender a sua natureza, sua essência, e se volte para ela, porque ela sempre prevalecerá. Evolua baseada em sua natureza. Não entre jamais em conflito com aquilo que você é de fato, para ser aquilo que é impossível você ser.

A primeira dica que dou para que permita sua natureza fluir, é sentir-se livre. Deixe sua mente fluir em liberdade, para que seu corpo e espírito fluam liberdade também. Você pode buscar apoio profissional, mas jamais esqueça da sua natureza, pois ela sempre será o início, o meio e o fim de tudo na sua vida. A liberdade é uma das nossas necessidades mais básicas e ela só é possível se seguirmos nossas naturezas. Não mergulhe em nada que vá de encontro ao seu EU primal.

O que fará você decolar na vida, independente das suas escolhas, seja no existencial, no amoroso, no espiritual, no material ou no profissional será o respeito que você tem por aquilo que você realmente é. Não é a sua natureza que precisa se adequar aos padrões, aos tempos ou a seja lá que for. A coisa funciona ao contrário. O mundo é uma imensidão de possibilidades e oportunidades. E ele sempre terá um espaço especial para acolher sua natureza. Seu papel, então é entendê-la e buscar aquilo que a respeite.

Vejo muitas pessoas que se robotizaram e conseguiram atingir suas metas profissionais e materiais, mas que estão olhando suas vidas presentes, constatando enormes vazios, infelicidades, angústias e ansiedades. Quando elas me contam suas histórias, inevitavelmente, percebo que elas renunciaram às suas naturezas. Da mesma forma, já vi muitas pessoas, que confrontaram suas naturezas para viver relações amorosas ou até de amizades, apenas se inserirem em grupos, que sofreram demasiadamente por isso.

Viva sua natureza! Jamais se aprisione buscando ser aquilo que você não é. Quando você se afasta da sua natureza, você se afasta da pessoa mais importante da sua vida; do grande amor da sua vida: de você mesma.

Jamais desista de você! Jamais desista da sua essência, do seu EU primal, pois ela a acompanhará a vida inteira e sempre conduzirá sua caminhada, quer você queira, quer não. Não confronte a vida! Pegue sua natureza, abrace-as e trabalhe o mundo a partir dela e não ela a partir do mundo. Não é sua natureza que precisa se encaixar no mundo, é o mundo que precisa se encaixar nela. A cada escolha que fazemos cabe uma renúncia, isso é certo. Então jamais escolhe se afastar da sua essência.

Hoje, estamos diante de enormes discussões envolvendo pessoas LGBTs, identidades de gêneros e muitas outras que tratam de existência e sexualidade. Estamos cheios de opiniões particulares sobre esses temas, mas não estamos prestando atenção no fato de que essas pessoas estão apenas permitindo que suas naturezas fluam e conduzam seus caminhos. Essas pessoas estavam infelizes com a vida que estavam levando e escolherem ser quem são e não aquilo que o mundo escolheu que elas sejam.

Podem escrever: elas sagrar-se-ão vitoriosas, o mundo as respeitará e naturalmente as acolherá, respeitando suas naturezas, pois o pleno exercício dos seus EUs primais as tornarão pessoas cada vez mais fortes, maravilhosas, porque a liberdade tem o poder fazer milagres. Essas pessoas farão tudo felizes, leves, soltas, sem repressões, com amor e com acolhimento. Essas pessoas farão melhor que aquelas que se julgam normais por terem se inseridos em padrões dissonantes das suas essências

Não é uma questão de o mundo aceitar ou não sua natureza. Tudo é uma questão de as pessoas se sentirem livres. Só que as pessoas vivem dentro de prisões tão bem sedimentadas, que não permitem que as outras sejam livres. É quando a liberdade se torna uma afronta aos aprisionados. É como diz música “Return to Innocence”: “Não se importe com o que os outros dizem; apenas siga seu próprio caminho; não desista e use a chance; para retornar à inocência”.

Lembre-se: a vida só está um saco, para quem não quer vivê-la de acordo com a sua natureza. Seja apenas você! Dentro de você está tudo que você precisa. A liberdade, a felicidade, a completude e a plenitude nada mais são do que escolhas.

Quando você pensar em julgar alguém que está escolhendo viver de acordo com a natureza dela, ou seja, uma pessoa livre, pense bem se você está tendo coragem de viver a sua, para que não se torne uma pessoa ainda mais frustrada.

É justamente como nos ensinou Osho: "Sempre que você perceber a sociedade em conflito com a sua natureza, escolha a natureza, não importa o custo. Assim você nunca será um perdedor."

Por Marcelo