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Quem vive no universo da sexualidade está muito
acostumado a enfrentar questionamentos dos mais
diversos, tabus, paradigmas e preconceitos. Meu
trabalho, por exemplo, além da massagem, é o de
buscar transmitir informações, responder perguntas e
fazer com que as pessoas reflitam sobre si neste
importantíssimo aspecto, o principal das nossas
vidas, aliás.
Sei que não é uma missão
fácil, por isso, não busco convencer ninguém sobre
nada, pois considero isso perda de tempo. Saber
sobre si é missão de cada pessoa e este processo
deve ser vivido, independente das opiniões de
terceiros.
Podemos afirmar que mais de 99%
das pessoas, de alguma forma, está inserida no Senso
Comum, em relação às suas sexualidades. A questão é
que o Senso Comum é muito burro e ignorante, pois
ele não é pautado pelo conhecimento adquirido a
partir de experiências, estudos, vivências e
observações da vida e do mundo. Ele é pautado pelo
que as pessoas acham, ou ouviram dizer, uma espécie
de telefone sem fio interminável (lembram daquela
brincadeira?), por meio do qual as mensagens sempre
chegam corrompidas aos seus recebedores.
Cada pessoa deve ter a percepção de que é necessário
criar entendimento próprio acerca do que é melhor
para si, pois, sendo repetitivo, ninguém jamais
sentira algo no seu lugar: nem a sua alegria, muito
menos, as suas angústias e tristezas. É impossível
sentirmos pelos outros. Então, para sair do
Senso Comum, será necessário consciência sobre si e
estar em um caminho de autoconhecimento e de
amor-próprio. Quando nos conhecemos; quando nos
amamos, ficamos mais seguros do que somos e,
consequentemente, das nossas decisões, que sempre
serão tomadas como base no que de fato queremos e
não no que os outros pensam ou querem para nós.
Viver em sociedade, não significa ter que dar
satisfações da sua vida ou das suas decisões às
pessoas. Viver em sociedade é amar, respeitar e
aceitar os semelhantes, usando sempre o
livre-arbítrio, que valerá tanto para nós, quanto
para nossos semelhantes. Respeito é tudo!
Sei que o Senso Comum age em sentido contrário e que
ele atrai as pessoas para um mundo que,
virtualmente, oferece sensações de inserção e
segurança. Mas, reflita sobre isso: o mundo do Senso
Comum tem submundos muito perversos. O Senso Comum é
mal.
O Tantra e a massagem tântrica vêm de
culturas mais livres, matriarcais, menos cobradoras,
menos opressoras e menos monopolistas. Nós do
ocidente aceitamos que a cultura religiosa
monopolize nossas mentes. Chegamos ao ponto de achar
errado ter boas sensações, como ainda é o caso do
orgasmo, para maioria das mulheres.
Para
muitos, por exemplo, é pecado ter prazer e viver em
prazer. Será realmente que devemos combater o que
nos faz bem, o que nos faz vibrar? A questão é que
ter prazer e viver em prazer, torna o ser humano
livre, criativo, ou seja, de bem com a vida. E essa
liberdade, inevitavelmente, retirará das religiões a
possibilidade de formar seus rebanhos. Pessoas
livres não têm gurus e seguem a si.
O Senso
Comum oprime as pessoas, principalmente as mulheres.
O Senso Comum não respeita as mulheres. O modelo de
criação patriarcal que temos está inserido no Senso
Comum. E eu sei muito bem o que estou afirmando,
pois faço isso com base em milhares de relatos.
Todos convergem para este ponto quando as mulheres
opinam sobre sexualidade. Elas se sentem oprimidas,
e de fato ainda são.
O Senso Comum foi e
ainda é plantado pelos homens. Aliás, as religiões,
em sua maioria, são conduzidas por homens e pelas
suas opiniões. As mulheres entram neste Senso Comum
por falta de escolhas por muitos medos e acabam
participando ativamente dele pelos mesmos medos. O
homem é criado para ter a mulher como sua
propriedade, ou posse. É isso que ele aprende em
casa. É isso que muitas religiões ensinam. E esta é
a fórmula da infelicidade de muitos casais e
famílias.
O Senso Comum nos leva ao sexo
antes de conhecermos a nossa sexualidade, antes de
nos conhecermos. Com efeito, confusões, bloqueios,
dentre outras tantas coisas negativas são criadas
entorno da sexualidade e do sexo. A sexualidade é um
universo e o sexo é apenas um de seus diversos
elementos. Ora, se eu estivesse errado, não
verificaríamos tantos problemas envolvendo as
sexualidades das pessoas, principalmente por parte
das mulheres.
O mais irônico disso tudo, é
que os homens, ao contrário das mulheres, transitam
muito bem pelas externalidades negativas do Senso
Comum, pois, por mais que eles carreguem problemas
nas suas sexualidades (muitos, tanto ou mais que as
mulheres), a eles não são impostas prisões, medos e
culpas. Muito pelo contrário. O Senso Comum dá aos
homens inserção, segurança e acolhimento.
Usando o exemplo da massagem tântrica, as mulheres,
para decidirem viver a experiência, quase sempre,
precisam se desvencilhar de uma seria de questões e
problemas. Enquanto isso, os homens vivem as
experiências tranquilamente.
Afirmo que, se
um homem quiser viver a experiência da massagem
tântrica ele viverá e não perguntará nada a ninguém.
O homem vai e pronto! O homem se sente livre,
porque, em relação ao sexo e a sexualidade, a prisão
do Senso Comum recai sobre as mulheres. As
mulheres não precisam usar os ouvidos para decidir
viver a experiência da massagem tântrica. Basta que
ouçam suas consciências, seus âmagos, pois eles
apontarão sempre para aquilo que é melhor para elas,
sem medos, sem prisões e sem culpas. Basta escutarem
seus verdadeiros EUs.
Toda decisão
consciente, tomada após refletirmos, é uma decisão
responsável. Portanto, não tenha medo de ouvir o que
seu interior lhe diz. Todos nós, instintivamente,
caminhamos para a liberdade e nossos âmagos
certamente apontarão para este caminho.
Após
refletir, decida conscientemente. Em relação à
massagem tântrica, você pode sim concluir que não a
deseja viver a experiência. Muito bem, perfeito,
vida que segue! A questão é que não restarão dúvidas
para lhe incomodar.
E lembrem-se sempre: O
Senso Comum não respeita as mulheres.
Por Marcelo

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