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Meditar é
uma decisão e não um pensamento: paciência é fundamental
Postado em 24 de abril de 2017
Osho afirma que, para meditarmos, o requisito fundamental é
que estejamos desocupados, ou seja, com as nossas mentes
esvaziadas. Se pensarmos que vamos meditar, significa que já
temos um pensamento ocupando nossas mentes e isso,
consequentemente, já é o suficiente para interferir na
meditação, porque não vamos ao nosso centro, mas sim ao
externo. Basta um pensamento para que nos desconectemos.
Basta um pensamento para que nossas mentes comecem a
trabalhar, freneticamente, em busca de centenas ou milhares
de outros pensamentos.

Não sou um mestre e meditação. Longe disso. Mas, eu consigo
levar sim a maioria esmagadora das minhas pacientes ao
estágio de meditação. Não falo apenas com base no que elas
relatam, mas também, pelo que sinto nelas no decorrer da
terapia. Existem diversos métodos para meditação. Eu conheço
bem apenas um, com o qual trabalho, que vem se mostrando
muito eficiente.
Se muito bem o quanto está difícil meditarmos hoje em dia.
Vivemos em mundo que nos consome, que nos induz a pensarmos
a todo instante, principalmente, em coisas negativas. Nosso
cérebro não para por um segundo sequer e, com efeito,
captura praticamente todas as nossas energias. Nossos corpos
ficam esvaziados de energia e o cérebro lotado. Estresse,
ansiedade e angústia são os reflexos dessa má distribuição
energética.
Como terepeuta, valorizo muito o estado de meditação que
proponho. Sei que, por mais tranquila que uma paciente
chegue até mim, por mais calma que transpareça, ali existe
muita tensão. Não vejo como fazer as pacientes testarem
novas sensações e percepções sobre si e sobre o prazer, sem
que suas mentes estejam esvaziadas ou em processo de franco
esvaziamento, de forma que sintam cada milímetro do seus
corpos.
As autodescobertas, a ampliação da autoconsciência e o
autoconhecimento são resultados que necessitam de meditação
para serem conquistados. Ninguém consegue olhar para dentro
de si em sã consciência, ou seja, com o estágio de
consciência do dia a dia. Esses resultados requerem que não
busquemos fugas de nós mesmos no mundo externo. Precisamos
saber enfrentar nosso caos interno, caos este, proporcionado
pelo mundo.
Sempre que converso com as pacientes, ou potenciais
pacientes, todas afirmam que não olham para dentro de si,
que não têm essa oportunidade. E todas lamentam muito por
isso, pois carregam nos seus âmagos a certeza de que tudo
poderia ser diferente se parassem para buscar esse olhar
para dentro.
Meditar, olhar para dentro de si deve tornar-se um hábito. A
terapia leva duas horas, às vezes um pouco mais. Porém, se
as pessoas não decidirem levar isso para suas vidas, ficarão
dependentes daqueles momentos. Também não será em uma sessão
apenas que aprenderemos e verificaremos de forma sólida que
temos a capacidade de meditar. Afinal de contas, somos seres
que funcionamos a base de condicionamentos e isso requer
paciência.
A primeira sessão mostra que a meditação está ao alcance da
paciente, que ela é capaz de esvaziar a mente, olhar para
dentro e que tudo é diferente nesse estágio de consciência.
As seguintes, deixam isso cada vez mais claro e simples.
A ansiedade não nos pertence. Ela está dentro de nós, porque
focamos apenas no externo. É um problema mundano, infiltrado
em nós de forma muito eficiente. Meditar não é um
pensamento. É uma decisão. Mas, antes da decisão de meditar,
precisamos tomar outra decisão: ter paciência com nós
mesmos. Esta é a decisão mais importante.
Somos impacientes, a começar por nós mesmos. É preciso
admitir isso. A verdade é que não nos permitimos, porque a
nossa "auto-paciência" é limitadíssima, quase zero. Não nos
damos o tempo necessário. O mais irônico, é que sempre
falamos para as pessoas terem paciência e sequer temos isso
por nós mesmos.
Qual a decisão? Vamos desocupar nossas mentes, respirar e
meditar? Será que teremos paciência conosco? Temos que
decidir, pois a responsabilidade é nossa.
Por Marcelo (Prem Prabhu)
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