Terapeutas precisam recarregar suas baterias também

 

Postado em 18 de junho de 2017

 

Esta semana atendi, pela primeira vez, uma terapeuta tântrica, na verdade, uma grande amiga há mais de 5 anos. Ela é uma excelente profissional, muito conceituada, uma das melhores que conheço, e trabalha com uma agenda super cheia de homens e mulheres, chegando a fazer 4 atendimentos em um único dia. Dificilmente, ela atende menos de 3 pacientes por dia. Os sábados sãos os mais cheios e mais concorridos.

Sou paciente dela há mais de 5 anos e a nossa relação de amizade começou quando a procurei para receber a massagem. Agora, depois de anos, tive a honra dela recebê-la como minha paciente. Confesso que nem entendi quando ela me ligou e pediu que eu a atendesse. Mas, isso é mero detalhe dentro deste contexto.
 

 

Contudo, o que me faz escrever este texto não é a nossa relação de amizade, até porque isso se refere ao nosso íntimo. O que me motiva a escrever é o fato de que, terapeutas tântricos, assim como de outras técnicas e segmentos, estão se esquecendo dos seus lados pacientes; estão se esquecendo que são de carne e osso, alma, espírito. Estão se esquecendo de que são energias também e que precisam recarregar suas baterias. Afirmo isso com base em conversas constantes que tenho. Alias, após a sessão conversamos muito sobre isso novamente. Ela tem consciência disso.

Assim como o caso dessa minha amiga, vejo que terapeutas estão abrindo mão de receber massagem. Terapeutas tântricos estão abrindo mão de receber a massagem tântrica. Particularmente, falando por mim, acho um grande equívoco. Recebo a massagem, no mínimo, 2 vezes ao mês e, quando isso não é possível, sinto diferenças consideráveis, pois criei o hábito. E olha que eu atendo pouquíssimas sessões mensais, se comparado com outras(os) terapeutas que têm a massagem como seu trabalho principal, como atividade remunerada!

Voltando ao caso dessa minha amiga terapeuta tântrica, a última massagem que ela tinha recebido foi em outubro do ano passado, praticamente 8 meses. Para que se tenha uma ideia, nesse intervalo de tempo, ela me atendeu quatro vezes, e não é minha terapeuta fixa.

Terapeutas tântricos que chegam a atender até 4 pacientes em um único dia, com sessões de uma hora e meia, chegam a trabalhar mais de 12 horas dentro do seus locais de atendimento. Muitas vezes, entre uma sessão e outra não chegam a ter 30 minutos de descanso líquido, pois, nesses intervalos, ainda precisam arrumar e higienizar os ambientes.

Eu bato muito na tecla das energias. Quando mexemos com as energias das pessoas, inevitavelmente absorvemos cargas. Ela mesma relata que tem dias que não se aguenta em pé, que sente dores pelo corpo e dor de cabeça no final do dia. Eu, que atendo pouquíssimas sessões semanais, tenho dias que sinto falta da minha energia total.

O problema é que, como tudo na vida, vamos caindo em rotinas e, com o passar do tempo, sem sentir, vamos abrindo mão do que é importante para nós. Sei muito bem o que é trabalhar mais de 12 horas por dia durante a semana e ainda ter que trabalhar aos sábados. O ritmo de trabalho intenso toma conta das nossas mentes, que são monopolista por natureza. O estresse se concentra, as energias não se distribuem, e vamos nos esquecendo de tudo, principalmente de nós mesmos.

Só que, em algum momento, o corpo, a mente e a alma, até mesmo os três juntos, cobrarão energias de nós; cobrarão equilíbrio. E essas cobranças são feitas com muita força, muita intensidade e de forma muito continuada.

Aos terepeutas eu digo: recarreguem suas baterias. Vocês têm diversos colegas com os quais podem trocar massagens dentro de seus segmentos e técnicas. Vocês têm acesso à excelentes profissionais. Portanto, não têm desculpas para não recarregarem suas baterias. Uma vez ao mês, pelo menos. Se importem mais com vocês!

Tentei escrever este texto de forma simples. Porém, uma simples imagem pode falar muito mais.

 

 

Por Prem Prabhu