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Todas as mulheres deveriam ter pleno conhecimento
sobre seus corpos, seus prazeres e seus orgasmos,
porque isso é felicidade, desperta amor-próprio,
melhora a autoestima e a autoconfiança, traz
autoaceitação.
O conhecimento sobre a
sexualidade deveria ser inserido na educação
familiar das mulheres. Entendo que isso é possível
ser trabalhado, desde cedo, aos poucos, pari passu
com a maturidade de cada uma. Ou seja, em vez de
reprimir, deveria ser estimulado. Este tipo de
autoconhecimento amplia a mente das mulheres.
E é nesse contexto que a massagem tântrica
vem sendo cada vez mais importante, principalmente
pelas suas características matriarcais,
desrepressoras e sensoriais que traz do Tantra. A
massagem e todo contexto que ela envolve, a começar
pela abertura de um grande diálogo, é minuciosa e
provoca grandes descobertas, sensações e emoções.
Faz com que as mulheres passem a saber, não só os
pontos mais intensos de prazer, mas também o todo. É
como se elas se situassem no tempo e no espaço de
seus próprios corpos e mentes. Obvio que isso não se
transforma em uma sessão apenas.
Não adianta
cobrar esse conhecimento dos homens, porque,
infelizmente, o sexo que aprendemos (isso vale tanto
homens, quanto para mulheres) é altamente mecânico e
programado, cercado de machismos e preconceitos,
repressor, anti-sensorial, com tabus e paradigmas
altamente sedimentados. Os homens, definitivamente,
não são preparados para isso e, ainda que fossem,
mesmo assim, é importantíssimo que as mulheres
tenham pleno conhecimento sobre si. Todo organismo
precisa de orgasmos. Os femininos mais ainda. Isso
porque, o poder do orgasmo sobre as mulheres é algo
incomparável.
E vou mais longe: as mulheres
deveriam sempre tomar a inciativa no sexo e os
homens seus seguidores, tamanha é a profundidade da
sexualidade feminina. O sexo seria muito mais feliz,
se as mulheres o conduzissem. Mas, até nisso elas
foram, e ainda são tolhidas. Muitas querem, mas
sequer sabem como propor essa condução aos homens e
ainda tem as que acham que os homens devem tomar
todas as inciativas.
Quando o assunto é
sexo, prazer e orgasmos, precisamos desprogramar
mentes e corpos para que possamos nos reprogramar.
Perder esse (suposto) controle que temos hoje para
ganhar controle de fato sobre nós mesmos e nossos
prazeres.
Não devemos cobrar nosso prazer
das pessoas. Precisamos conhecê-los. Indo além,
precisamos aprender a passar para quem viverá o sexo
conosco, de forma amorosa e sutil, aquilo que
gostamos e que não gostamos. Ninguém tem obrigação
de nos dar prazer, muito menos de saber aquilo que
nos agrada. Ora, se as pessoas, de maneira geral,
precisam de autoconhecimento, assunto em voga
atualmente; se as pessoas não se conhecem, não
podemos exigir que nos conheçam. É algo para se
refletir racionalmente, não é mesmo?
Ademais,
prazer não envolve obrigação, porque é para ser
vivido. O prazer não tem esse peso. Somos nós quem
colocamos peso sobre ele. Prazer e orgasmos não são
metas a serem batidas. Menciono em diversos textos
que sou a favor do sexo vivido e, totalmente contra
ao sexo feito, mecânico, programado e obrigacional.
Basta navegar pelo site e ler esses textos.
Precisamos de educação sensorial. A imensa maioria
das mulheres cobra isso dos homens e sempre
afirmarei que isso é um grande erro. Na realidade,
quando as mulheres cobram isso dos homens, nada mais
é do que um pensamento machista, porque estão
concedendo a eles plenos poderes sobre seus
prazeres; sobre seus orgasmos.
O orgasmo
é nosso e ninguém tem poder sobre ele. Esse é o
pensamento correto que devemos carregar para uma
vida feliz, principalmente as mulheres, que jamais
deveriam delegar esse poder aos homens. É esse
pensamento de não delegar nossos prazeres a quem
quer que seja, que nos levará ao caminho de
conhecimento dos nossos corpos.
No dia em que
as mulheres despertarem e mudarem a forma de pensar,
deixando de delegar poderes dessa natureza aos
homens, acreditem, veremos mulheres mais livres,
independentes, plenas e completas. Veremos mulheres
mais relaxadas e menos ansiosas. Veremos mulheres
mais felizes.
O orgasmo é nosso. O poder
sobre ele é nosso!
Por Marcelo
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