Será que a masturbação traz conhecimento amplo sobre corpo?


Postado em 20 de maio de 2018

 

 

Muito se fala em masturbação para mulheres, como meio de ampliar o conhecimento sobre seus corpos. Concordo um pouquinho no sentido de que seja um meio interessante, mas não entendo que seja completo e total. Aliás, a questão do pouco conhecimento sobre o corpo deve ser aplicada aos homens também. Os homens acham que conhecem bem seus corpos, mas realidade é que não carregam este conhecimento. Homens e mulheres conhecem pouco seus corpos e isso se revela no sexo.

 

 



Não acredito que a masturbação, nos moldes que é praticada pela maioria esmagadora das pessoas, independente se homens ou mulheres, as levem a obterem conhecimento amplo sobre seus corpos. Existem grandes limitações que podem ser vencidas a partir das rupturas de alguns paradigmas.

A questão é que especialistas e mídias falam em masturbação como meio de conhecimento do corpo, mas defendem uma prática de dois pilares apenas, quais sejam: mente e genitália. Para mim, isso está errado, porque, se o objetivo é conhecer o corpo, ele precisa ser estimulado também. Aliás, o estímulo ao corpo deveria ser a prática mais incentivada, porque ele é uma gigantesca fonte de prazer. Fica complicado conhecer o corpo sem estimula-lo, não é mesmo?

A masturbação como prática, com dois pilares apenas, não integra a pessoa e ela mesma. O que temos e vemos hoje em dia em relação ao sexo é um reflexo disso. Existem mais dois pilares que podem e precisam ser colocados, que serão fundamentais para a ampliação da autoconsciência e do autoconhecimento, quais sejam: respiração e corpo.

Eu sou um incentivador do que chamo de AUTOPRAZER. No meu site tem um texto que explico essa prática em detalhes. Basicamente, a prática que incentivo tem quatro pilares: respiração, mente, corpo e genitálias.

Assim como no sexo, em que homens e mulheres precisam buscar a exploração dos corpos de seus parceiros para a elevação do prazer, sem pressa, sem ansiedade, sentindo cada estímulo, o AUTOPRAZER tem este mesmo objetivo, só que será própria pessoa que fará os estímulos sensoriais em todo seu corpo, antes de tocar a genitália.

Isso ampliará a consciência sobre seu próprio corpo. Quando isso acontece, consequentemente, se expande aos parceiros e parceiras, porque tudo nasce a partir de nós. O AUTOPRAZER é uma prática que amplia e ressignifica a consciência sobre o prazer a partir do corpo. Ele cria a integração que a masturbação comumente feita não permite. E é justamente esta falta de integração que gera tantos desdobramentos negativos.

A prática do AUTOPRAZER atende as necessidades da sinestesia feminina em sua totalidade, provocando uma integração. É como se as peças se encaixassem. Já para os homens a mudança é drástica, porque a atração predominantemente visual será ressignificada. Com o tempo, se dedicando à prática, os homens passarão a preferir os toques e consequentemente a sentir prazer em tocar e ser tocado. Com certeza, os homens buscarão mais a qualidade do que a quantidade. E é justamente isso que as mulheres buscam, ou seja, mais qualidade. Existirá um equilíbrio interessante que trará muitos benefícios.

Tudo na vida parte de nós. Com o prazer também, porque ele é nosso. Ninguém dá prazer a ninguém. O prazer precisa apenas ser estimulado com amor e cada pessoa o sentirá da sua própria forma e intensidade. Precisamos nos conhecer para compartilhar melhor os estímulos; para o prazer fluir total e completamente entre as pessoas.

Alguns estímulos recebidos na massagem tântrica podem ser levados para o dia a dia de homens e mulheres por meio do AUTOPRAZER. Pare, respire e se concentre na respiração. Deixe a mente fluir. Sinta cada milímetro do seu corpo. Acaricie a genitália com amor. Não tenha pressa. Dedique-se à prática. Não desista na primeira ou na décima vez. Insista, pois tudo faz parte de um processo.

O tema é polêmico e muito vasto. Passarei a escrever mais sobre ele. Seja como for, é possível verificar que existem diferenças drásticas entre a masturbação e o AUTOPRAZER.

Enfim, não acredito que a masturbação comumente praticada e incentivada traga o conhecimento necessário sobre o corpo. Penso que podemos ir muito além.

 

Por Prem Prabhu