Ser ou não ser tântrico, eis a questão
 

Postado em 10 de julho de 2017

 

Tenho ouvido cada vez mais afirmações no sentido de que nem todas as pessoas são tântricas. Também tenho ouvido muito que o Tantra não é para qualquer pessoa. Admito que não tenho gostado do que ando ouvindo, porque tais afirmativas vão totalmente de encontro ao Tantra que eu respiro, vivo, leio e que me ensinaram. O Tantra que eu conheço, não podendo afirmar aqui se é pouco ou muito, diante da sua enorme extensão, é totalmente livre, aberto e, principalmente, inclusivo.

 



Todos nós podemos ser tântricos. Cada um no seu tempo e ao seu modo, na exata medida do seu próprio conceito de felicidade. Nós terapeutas devemos ter isso em mente e levar essa informação às pessoas que atendemos. É assim que penso!

Não gosto de regras em temas existenciais. Tudo deve permanecer aberto para que cada pessoa exerça o seu livre-arbítrio e seja capaz de assumir as responsabilidades pelas consequências das suas escolhas.

Outro dia estava conversando com um fisioterapeuta e ele me disse que, se os pacientes não se esforçarem em casa, nas suas rotinas, se exercitando por iniciativa própria, dentro daquilo que ele passa, deixando para fazer os exercícios apenas nos dias das sessões, o processo pode ser muito lento ou, até mesmo, inútil. Ou seja, os melhores resultados vêm da vontade do paciente.

Eu ouso a criar esse comparativo com a massagem tântrica. Se a pessoa vive a experiência da massagem, é aconselhável que leve os elementos dela para as suas vidas. É totalmente possível e o processo será incrível. Todas as pacientes que tive e que determinaram para si que levariam a respiração, a meditação e toques da massagem para duas rotinas, ou seja, que aderiram de verdade à prática do autoprazer (totalmente diferente da masturbação), obtiveram resultados incríveis. Mas, tenho que dizer que essas pacientes fazem parte de uma minoria. O autoprazer é um encontro diário consigo mesma(o).

Eu não sei se é efeito marketing que fazem sobre a massagem tântrica atualmente, mas vejo que muitas pessoas querem ter todos os resultados de cara, na primeira sessão. E acham que a partir dali, tudo será diferente. Sempre afirmo que não se muda uma história de vida em 2 horas de sessão. Não há terapia capaz de fazer isso em nenhum lugar do mundo. No máximo, a pessoa pode gostar e vislumbrar um caminho. Mas, se percorrerá esse caminho, é outra história, que nos remete ao nosso livre-arbítrio e ao poder do nosso querer.

É fato que as poucas pacientes que decidiram ter o autoprazer como prática diária, vencendo até algumas neutralidades iniciais, insistindo, tendo muita paciência com elas mesmas, obtiveram resultados incríveis. Tal fato se evidenciou nas sessões seguintes e nas suas vidas. Relataram, por exemplo, estarem mais integradas consigo, se conhecendo e se aceitando melhor, com a autoestima elevada, se amando mais, vivendo com muita paz, com ausência de ansiedades, observando melhoras no sono, a cabeça mais leve, melhoras no trato com as pessoas, melhoras no trabalho e na vida pessoal, dentre outros tantos benefícios.

Voltando ao tema ser tântrico, ou não, reafirmo que todos nós podemos ser tântricos, desde que tomemos a decisão de seguir nesse caminho. O Tantra está para você. Mas, tenho que lhe dizer que ele é pragmático e não entra no seu ser por "processos osmóticos", ou por milagres. Sempre dependerá de você.

Existem outras formas para colocar o Tantra na sua vida. Eu indico a massagem tântrica, pois ela tem se mostrado muito eficiente, cabendo ressaltar: para quem realmente quer. Independente do caminho que você seguirá, será a sua vontade que fará a diferença.

Isso vale também para os casais. Cada um deve tomar a sua decisão, mas, se ambos decidirem por seguir o caminho do Tantra, posso afirmar que a felicidade será garantida.

 

 

 

Por Prem Prabhu