Seja bom ou ruim, tudo começa
dentro de cada um de nós
 
       
 

Entendam, de uma vez por todas, que: sempre irão te julgar, te rotular, querer tomar conta e falar da tua vida, te comandar, manipular, reprimir, te conter e tudo mais que se possa imaginar neste sentido. Para piorar, nós, que não gostamos nada disso, também faremos o mesmo. Até aqui não falei nada de novo, não é mesmo?

A questão é que não temos como evitar o querer das pessoas, porque não temos como mudá-las. Elas foram, são e serão criadas assim, portanto todos os aprendizados seguem a lógica de que ser assim é certo. Esta é a verdade delas. Aliás, querer mudar as pessoas é o que mais tentamos fazer, há anos. E isso, definitivamente, não vem dando certo (e nunca vai dar), porque é o mesmo que tentar o impossível.

Então, a saída, aliás única saída, é não dar atenção a nada isso. Você deve estar se perguntando: como farei para não dar atenção a isso, se sou vítima de algo que, ao mesmo tempo, também sou vilã, a partir do momento que também tive esta criação; este aprendizado?

Eis a questão: se tudo que vem dos outros tem interferências nas nossas vidas; nas nossas escolhas; se nos oprimem, limitam, prejudicam nossas liberdades e nos incomodam ao ponto de mudarmos nossos rumos, é sinal de que tudo isso está dentro de nós e começa por nós. Existe uma aceitação nossa, de tudo isso em nós. Aliás, aceitamos mais isso tudo em nós, do que a nós mesmos. Ou seja, a nossa aceitação dessa miséria é mais forte que a nossa autoaceitação.

Certamente, neste exato momento, muitas pessoas estão vivendo conflitos internos intermináveis entre querer viver ou fazer algo Vs. aquilo que os outros vão pensar. E ainda tem as que farão para chamar atenção, para chocar os padrões que estão nelas. Estes conceitos, impregnados em nossos interiores, muitas vezes, nem existem nas outras. A questão é que estamos tão contaminadas do mundo externo, que já temos esse pensamento sedimentado e ligado no automático.

Em outras palavras, as pessoas querem viver ou fazer algo, e o que as impedem são os julgamentos que elas mesmas fazem sobre as formas de pensar das outras, com base no que de fato acreditam. Muitas vezes, os problemas estão em nós, nos nossos interiores e não nos semelhantes. Claro que os julgamentos do mundo externo existem. Mas, nem sempre e nem para tudo. A questão é que a forma que escolhemos para nos enxergarmos e, consequentemente, enxergarmos o mundo, é que precisa mudar.

Não são as pessoas, o mundo ou, seja lá de externo que for, que nos impedem. Nós quem nos impedimos, nos diminuímos e nos limitamos. Não podemos jogar estas cargas de responsabilidades sobre quem ou o que quer se seja. A responsabilidade de quebrar estes paradigmas é nossa. A vida é a energia que colocamos nela, e isso está diretamente ligado à forma de pensarmos sobre nós; de nos enxergarmos. Deixar de fazer ou fazer com base no que os outros vão pensar, é sobrecarga do mundo que interiorizamos em nossas vidas, além de ser uma escravidão sem fim. Neste caso, nós permitimos esta autoescravidão.

Se você admite e se irrita pelo fato de as pessoas te julgarem, te rotularem, quererem tomar conta e falar mal da tua vida; quererem te comandar, te manipular, te oprimir, te conter e tudo mais que se possa imaginar neste sentido, é porque o mesmo em relação a elas está dentro de você. É um paradigma seu. É um padrão que está dentro de você e sempre será seguido na primeira oportunidade. Ele pode ser exteriorizado ou não. Mas, sempre será seguido.

Aí, você vai me dizer que estou falando besteira, que este paradigma não é seu. Então, experimente entrar em um processo de interiorização, de auto-observação e passe a se enxergar totalmente despida de tudo isso. Estou falando de entrar em um processo, com calma. Não de pensar brevemente sobre o que estou colocando e deixar o Ego atuar. Lembre-se que, colocar as responsabilidades e transferir os problemas para as outras pessoas é uma das grandes especialidades do Ego.

Por Marcelo