Quanto mais punhetas, menos sensorialidade

 
       
 

Os homens estão consumindo muita pornografia, por meio de sites e aplicativos, numa velocidade e numa intensidade enorme e jamais vista. Para piorar, esta espécie de vício é crescente.

Isso vem criando e ampliando muitos os problemas sexuais, principalmente, pela ansiedade que se cria ao atenderem apenas as satisfações rasas e momentâneas das suas libidos visuais, deixando de lado/renunciando a suas sinestesias.

Os homens têm se dedicado cada vez mais às masturbações mecânicas, apressadas, ansiosas e vazias, fato que se reflete no sexo, por meio ejaculações precoces ou rápidas, sem nenhum controle. E não é só isso: tal como já mencionei em outros textos, estão conduzindo as relações sexuais com as mulheres como se fosse o roteiro básico de um pequeno filme pornô, deixando muito a desejar na sensorialmente.

Enquanto os homens não acordarem para a realidade de que precisam criar conexões com as mulheres e que, para isso, terão que ampliar suas sexualidades, trabalhando suas sinestesias, ou seja, uma relação de planos sensoriais, a coisa tende a piorar.

Já mencionei também, em outro texto, que a solução para o prazer está nas mulheres, pois suas sexualidades são naturalmente mais profundas e, se os homens se dedicarem a compreender isso, certamente tudo melhorará.

Falam muito que masturbação faz bem, porque permite que a pessoa conheça seu corpo. Isso não é tão absoluto assim, porque, uma vez que se masturbar tenha virado um ato meramente mecânico, sem profundidade e sensorialidade, grandes lacunas são formadas nas sexualidades. Isso vale para homens e mulheres também.

Este assunto é muito sério e, a prova viva disso, é a quantidade enorme de clínicas de tratamentos e de medicamentos para ejaculação precoce que vem sendo ofertada aos homens atualmente.

Neste cenário que trago, muitos homens, embora não admitam, estão sofrendo com problemas de ejaculação. E as mulheres sofrem duplamente, pois além de terem seus prazeres limitados, vez que, quando um homem ejacula há uma baixa de libido considerável, com perda de interesse, ainda são maltratadas pelos egos masculinos. Muitas se sentem até culpadas por isso.

A masturbação, assim como o sexo, precisa de sinestesia, de profundidade e sensorialidade. Deve ser um momento especial, se possível sagrado; uma oportunidade de autoconhecimento. O problema é que os homens, principalmente, estão banalizando a masturbação. Aliás, sempre foi assim, não é mesmo? A questão é que não para de piorar.

Este excesso de oferta à libido visual masculina, por meio dessa enxurrada de pornografia, traz desdobramentos muitos ruins às mulheres. O primeiro que se nota é a objetificação crescente delas. O segundo, é a total desconexão que se cria, que se desdobra em outros problemas. Porém, dentre tantos que poderiam ser mencionados, o que se nota de mais grave é a baixa capacidade dos homens em compartilhar amor com as mulheres, que se reflete, nos casos mais extremos, na total falta respeito que se vê hoje em dia.

O baixíssimo nível da estímulos que os homens oferecem às mulheres no sexo, nada mais é do que o resultado do baixíssimo nível de estímulos que eles têm nesse sistema de punhetas frenéticas, vazias e antisensoriais.

Assim, como tudo vem de dentro e apenas se externaliza, eles estão se entregando tanto aos prazeres rasos e mecânicos, que não têm nada diferente disso a oferecer.
Os homens precisam consumir menos pornografias para buscar mais sinestesias, mais profundidade. Precisam parar de dar vazão à libido visual e serem mais sensoriais, valorizando mais os toques, o cheiro, a audição, permitindo que o amor flua. Perceba que a pouca capacidade de diálogo dos homens com as mulheres têm origem justamente na falta de sinestesia.

Os homens poderiam começar a praticar o autoprazer (no site tem um artigo), uma prática que envolve calmaria, respiração, toques, amor-próprio e muito aprofundamento no EU. Deveriam usar seus potenciais para desenvolver autoconsciência e autoconhecimento.

Enfim, digo aos homens: consumam menos pornografias e parem de tocar essas punhetas pobres. Desenvolvam-se! Basta querer!

Desejo que os homens reflitam sobre o conteúdo deste texto, porque desejo que suas sexualidades se desenvolvam, seja por eles, seja pelas mulheres.

 

Por Marcelo