Quando o amor-próprio não é interessante?

 

 

Postado em 19 de maio de 2018

 

 

Muito se fala em amor-próprio, em se priorizar antes de tudo e todos, de ampliação da autoconsciência, do autoconhecimento e de autoaceitação. Realmente, a quantidade de pessoas que estão vivendo este contexto vem aumentando ano após ano, porém, trata-se de um número muito pequeno ainda, sendo certo que, daqui a 10 anos, continuará do mesmo jeito. A questão é que a ruptura total com dogmas religiosos, tabus e paradigmas que influenciam os comportamentos da maioria esmagadora, até dos ateus, é algo muito complexo. Se libertar disso tudo traz muito medo, pois requer sair de zonas conforto muito bem incentivadas e, portanto, firmemente sedimentadas na sociedade.

 



As redes sociais vêm fazendo com que as pessoas falem e tratem muito de amor-próprio e, mesmo que isso seja uma realidade distante para elas, mesmo que sejam meros espasmos e não constantes, o simples movimento nesse sentido acende luzes de alerta em muitos setores e nos mais diversos interesses.

O amor-próprio nos faz rebeldes, verdadeiros revolucionários, porquanto nos torna livres de fato. Ganhamos asas e passamos a alçar voos mais altos. O amor-próprio nos torna criativos e seguros. Passamos a ser intuitivos. Quando passamos a ser amor, ninguém nos enganará, nos explorará, nos reprimirá ou nos oprimirá. Deixamos de fazer parte de uma massa que pode ser manobrada. Passamos a observar antes de fazer nossas escolhas, porque a última coisa que queremos, é prejudicar o que há de mais precioso em nossas vidas - nós mesmos. Não seremos mais arrebanhados e agrupados. Nossos comportamentos sairão da linha das ciências exatas.

De fato, o amor-próprio cria uma ressignificação enorme para cada indivíduo. A questão, neste ponto específico, é que, se isso se massificar, haverá uma transformação no mundo. A vida e a sociedade não serão mais como hoje. As pessoas não mais serão tão influenciadas, agrupadas e arrebanhadas. As pessoas serão livres e não mais agirão inconscientemente, seja no individual, seja no coletivo. A amor será compartilhado de forma intensa.

É óbvio que toda essa transformação não é conveniente para muitos interesses religiosos, políticos e, principalmente financeiros e econômicos. Realmente, o mero crescimento do tema em redes sociais, ainda que o amor-próprio esteja distante de imensa maioria, começa a preocupar quem se alimenta da baixa autoestima, da baixa autoconfiança, da falta de amor-próprio, dos conflitos e do ego das pessoas. Ficará difícil para esses interesses não poderem mais trabalhar sobre as ansiedades, as angústias, as tristezas, os eternos clamores por liberdade e sobre as infelicidades das pessoas.

Por isso, podem anotar o que afirmarei, pois já vejo movimentos nesse sentido: todos esses interesses reunidos passarão a tratar o amor-próprio como egoísmo. As pessoas que se amam passarão a ser tidas como egoístas, que não amam seus semelhantes, que não são tementes a Deus, que não sabem viver em sociedade, ou seja, da para ter uma ideia do que virá por aí. Autores, mestres, gurus e filosofias de vida que pregam amor-próprio e liberdade serão massacradas. Tudo será feito para que a infelicidade seja permanente e para que tudo esses interesses produzem sejam os seus pequenos momentos de alegria, sendo que, certamente isso não será gratuito, como não é!

Sou e sempre serei um ferrenho defensor do amor-próprio. É por ele que fluo o Tantra e que me esforço para que as pessoas o carreguem em seus interiores.

AMEM-SE INTENSAMENTE E SENTIRÃO O AMOR FLUIR!

 

Por Prem Prabhu