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Muitas vezes, conflitos entre casais e os
consequentes desgastes de relações podem ser
evitados com simples atitudes. Quando a energia do
amor está sendo compartilhada e fluindo livremente,
a paz impera. Mas, fluir amor, é uma escolha diária
que depende de cada pessoa, não é mesmo? O certo é
que, quando o amor flui livremente, tudo passa a ser
tratado de forma tranquila e muito serena. Não há
vontade de incitar a outra pessoa para atitudes
conflituosas.
Quando o amor está fluindo,
essa coisa de dizer que é pavio curto, que é uma
pessoa explosiva; que tem que falar tudo na cara, é
algo que, automaticamente, acaba sendo deixado de
lado, pois verifica-se que é completamente inútil.
Então, vou contar uma história muito legal e
que me deixou muito feliz:
Certo dia, em um
domingo desses, um homem me chamou ao Messenger
(aplicativo de mensagens do Facebook). Ele queria
conselhos meus em relação a como se comportar diante
da mulher dele, vez que ela tinha se excedido muito
na bebida no dia anterior (sábado), falado poucas e
boas para algumas pessoas, inclusive para ele. Ele
estava muito irritado e disse que estava esperando-a
acordar para falar outras poucas e boas para ela.
Era uma situação complicada, em que a razão
estava longe e o emocional dominando a situação, com
o Ego comandando a mente daquele homem.
Particularmente, não gosto de dar conselhos. Prefiro
ficar no campo das sugestões e do estímulo às
reflexões, para que cada pessoa encontre suas
respostas.
De cara, afirmei que, se ele não
se acalmasse, dificilmente, o resultado do que ele
pretendia seria positivo para o casal. Conversamos e
ele se acalmou, criando o ambiente para um diálogo
racional.
A primeira pergunta que fiz foi:
Sua esposa sempre faz isso? Ele disse que não e que
jamais tinha se comportado assim. Depois, perguntei:
Como ela é no dia a dia? Ele disse que é uma pessoa
doce, meiga, muito amiga e maravilhosa.
Em
seguida, fiz mais uma pergunta: Ela está passando
por algum problema? Ele respondeu que sim, que
pessoas muito próximas a ela estavam doentes, perdas
de familiares e, na parte financeira, sucessivos
atrasos de salários. Ou seja, passando por muitas
pressões, mas que ele estava dando todo apoio,
porque a ama muito e, justamente por isso, não
admitia o que aconteceu.
Quando ele me deu a
oportunidade de falar, afirmei que, de todas as
palavras que ele me disse, eu ficaria com duas
especiais: amor e apoio, e que este último não deve
ser dado sem esperar contrapartidas, porque, se
apoiamos a quem amamos, é amor que simplesmente
flui; que o apoio nada mais é do que o amor fluindo
livremente entre eles.
Disse que sabia que
ele estava irritado, magoado, mas precisava escolher
entre a harmonia e a discórdia, e que, se ele
optasse por dar continuidade ao ocorrido, tomado
pela ira, muito disso pelo Ego ferido, ele apenas
pioraria as coisas.
Afirmei que, pela pessoa
doce que ele disse ser a mulher dele, ela não
acordaria bem e que iria se lembrar do que fez, pelo
menos algumas coisas. Ele parecia ter voltado ao
estado de irritação, pois queria, de alguma forma,
devolver o que passou. Ou seja, dar lições de moral
na esposa, o que não iria adiantar de nada, pois o
estado de consciência dela era muito bom e que a
bebida havia alterado este estado.
Então,
contrariado com o que eu estava dizendo, ele me
perguntou o que eu queria que ele fizesse. Eu disse
que eu não queria que ele fizesse nada, pois quem
deve refletir para saber o que fazer seria ele e não
eu. Eu estava ali apenas para ajudar com palavras e
com as experiências que vivi, contextualizando tudo
com o Tantra pragmático que eu acredito.
Então, depois que ele deixou eu falar, disse para
ele fazer o seguinte: assim que sua mulher
acordasse, que ele a abraçasse com muita força,
transmitindo a energia do seu amor para ela, para
permitir a continuidade da fluência dessa energia
forte entre eles, dando a ela a certeza de que ele
estaria ao seu lado, sem críticas e julgamentos. Não
pedi que negasse os fatos. Pedi que compreendesse o
lado dela; que compreendesse o extravasamento que
ela teve.
Disse que, se ele devolvesse tudo
para ela, de nada adiantaria, pois só a magoaria
mais e a deixaria mais para baixo ainda. Falei que
uma atitude que levasse ao conflito, naquele
momento, marcaria negativamente a ralação deles.
Falei na certeza, vez que aquele fato tinha sido
isolado, como ele mesmo havia dito, e que no dia a
dia a mulher dele não é assim.
Fiz ele
entender que a mulher dele acordaria mal com isso
tudo. Que se sentiria só, muito triste e
provavelmente envergonhada pelo ocorrido. Falei que
ele deveria estar ao lado dela, incondicionalmente.
Que ela sozinha enxergaria as responsabilidades dela
não necessitando de um "promotor de acusação" ou de
um "juiz" para julgá-la. Afirmei que as atitudes
delas foram extravasamentos, devido ao momento da
vida dela, tendo como propulsão a alteração do
estado de consciência causada pelo álcool.
Muitos argumentos foram usados por ele para rebater
o que eu falava, mas eu fui insistente, falando que
seu Ego não poderia ser maior que o amor que sente.
No final, mais calmo, ele concordou. Disse que eu
poderia estar certo. Eu disse, por fim, que não se
combate o negativo com mais negativo, mas sim, com o
positivo.
Ele me questionou em relação às
pessoas que ela tinha falado as poucas e boas. Eu
afirmei que, se essas pessoas forem de fato amigas
dela, saberiam compreender que se tratou de algo
isolado, que ela está sob pressão e que apenas
extravasou. Falei para ele deixá-la resolver isso
com cada uma dessas pessoas e para ele não se meter
nisso e apenas demonstrar que estava ao lado dela.
Pedi que, se as atitudes dele diante desta
situação fossem de acordo com o que conversamos, que
ele me chamasse no final da noite. Também pedi que
não me chamasse, caso tivesse optado pela discórdia,
até porque, foi mais de uma hora de conversa e eu
não gostaria de constatar que perdi parte da manhã
do meu domingo jogando palavras ao vento. Sou bem
objetivo.
Ele não me ligou no final da noite.
Pensei: mais uma vez, alguém não quis me ouvir. No
entanto, na segunda de manhã, ele e chamou. Pediu
desculpas por não ter me chamado como combinado.
Agora, vem a melhor parte: ele, após refletir,
fez exatamente aquilo que sugeri. Falou que ela
tinha chorado muito e que ficou muito tempo abraçada
a ele. Falou que o abraço foi tão intenso, que ambos
se emocionaram. Que uma energia incrível tomou conta
do quarto e que, palavras dele, "fizeram amor como
há muito tempo não faziam"; que "se beijaram como há
muito tempo não se beijavam". Que não saíram do
quarto por algumas horas e que a noite saíram para
jantar; que tinha sido muito bom. Sequer tocaram no
assunto. Falou que, na segunda-feira de manhã ela
agradeceu a ele todo apoio e que ligaria para as
outras pessoas para conversar e pedir desculpas,
muito mais fortalecida.
O domingo deste casal
tinha tudo para ser um pesadelo, talvez, deixando
marcas ruins, vez que determinadas palavras e
atitudes machucam muito. Ele poderia ter se
comportado como, talvez, a maioria das pessoas se
comportariam, dando vazão ao Ego, alimentando a ira.
Mas, ele decidiu pelo amor. Ele decidiu certo, pois
o amor é sempre o certo. No fim, ganhei dois novos
amigos, muito embora não nos conheçamos
pessoalmente, ainda.
Nunca optem pela
discórdia nas relações. Coloquem o amor na frente.
Pensem baseados no amor, na felicidade. Não permitam
que Egos ou sentimentos menores desgastem suas
relações. Tente compreender mais a si, para que
possam compreender as outras pessoas.
Este
texto é escrito por uma pessoa que pensa com amor,
agindo por e pelo amor-próprio que tem e que
compartilha com as pessoas. O Tantra potencializa
isso nas pessoas. Quem está minimamente inserido no
Tantra, vive e se move por amor e pelo amor. Não há
muito o que dizer. É amor puro e simples.
Devemos evitar conflitos, porque quando entremos
nessa seara com alguém, criamos conflitos internos
também. Caso esteja vivendo um conflito neste exato
momento, opte pelo amor, pela compreensão e pela
razão. Não permita que seu Ego tome a dianteira.
Muitos casos podem ser resolvidos assim,
simplesmente, com amor!
Por Marcelo

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