O Tantra em minha vida
 

Postado em 29 de dezembro de 2017



Quando conheci a massagem tântrica, que me motivou ao aprofundando na filosofia de vida tantra, já tinha uma vida profissional e financeira bem consolidada. Quando comecei a estudar e me envolver com profundidade, não tinha (como não tenho e jamais terei) a ambição de depender financeiramente deste trabalho. Fui evoluindo, porque amava cada vez mais o que estava aprendendo e me fazendo feliz, sem pretensões, de um dia, me tornar terapeuta. Aliás, nem me dei conta de que já era um Terapeuta. As pessoas que conviviam comigo em cursos, aprimoramentos e encontros, naquela oportunidade, há mais de 2 anos, é que me incentivaram a começar a atender. E eu comecei e cá estou, até hoje, completando, em março, 15 anos atendendo minhas pacientes, levando meu amor e minhas melhores energias para elas. Foi um processo natural, sem grandes pretensões. Planejei aprender muito apenas. Os acontecimentos sequentes foram meras consequências do que plantei. Acredito ter me tornado ali um observador, que apenas deixou a vida fluir.

 



Algumas pessoas não entendem o que me motiva a dedicar tanto tempo da minha vida a algo que não me dá dinheiro. Entendo perfeitamente essas dúvidas, pois sei que isso foge ao padrão. Mas, sempre vivi uma vida que jamais foi padrão (não é, nem nunca será) e digo que amo muito essa disposição que tenho de viver totalmente fora dessa curva construída e estabelecida pela sociedade. A questão é que sou feliz assim e que, nem tudo na vida, precisa ser uma ciência exata. Afinal, consigo encontrar muita coerência no amor, a começar pela felicidade.

Quando optei por seguir esse caminho como terapeuta, jamais passou pela minha cabeça ter um hobby, pois jamais trataria seres humanos, que se entregam aos meus cuidados, em confiança, como uma atividade exclusiva de lazer, diversão ou passatempo. Pessoas merecem meu mais profundo respeito, carinho e meu amor. Trato este trabalho com mais amor e dedicação do que o outro que me sustenta. Levo muito a sério.

Do espaço que o Tantra ocupa na minha vida, passo menos de 10% desse tempo atendendo minhas pacientes e alguns poucos casais. Mais de 90% do tempo estou vivenciando o Tantra, trazendo ele para minha vida de forma intensa, absorvendo as maravilhas que ele traz para minha vida pessoal e espiritual. O atendimento às pacientes apenas mantém meu foco, pois sei que tenho que oferecer as respostas que elas buscam. Preciso ter este tempo de 10% ativo para que ative intensamente em mim os outro 90%.

Trabalho muito na minha outra atividade. Não é uma atividade simples, pois trato de investimentos em infraestrutura, ou seja, dinheiro dos outros em grande monta. Sou muito cobrado, não só por clientes, mas também por políticos. Às vezes, recebo passagens aéreas no meu e-mail, e só depois me consultam se posso viajar, ou não, para que vocês tenham ideia. Acredito que consiga desempenhar minhas atividades muito bem, pois, em ambas, venho obtendo respostas muito boas de empresas clientes e das minhas pacientes. Eu sempre digo que as 24 horas do dia são muito longas e que dá para fazer tudo muito bem feito, se tivermos amor, que traz vontade e disposição. Nem vou mencionar aqui a disposição que viver o Tantra me dá, pois, de certo, este texto ficaria gigantesco. Mas, digo que, graças ao Tantra, consigo cumprir minhas responsabilidades, incluindo ser presente dentro da minha casa, com a minha família.

Tenho atividades totalmente antagônicas. E isso me equilibra, pois não abro mão do lado material, que me dá uma vida muito confortável, nem do espiritual, que me faz realmente feliz. Momentos difíceis todos passamos. Mas eu passo por eles com a serenidade e a certeza de que são, simplesmente, momentos.

A vida nos dá escolhas. E tenho a mais absoluta certeza de que fiz as escolhas corretas. Nada é mais prazeroso do que você saber que participou da felicidade de alguém, ainda que como mera ferramenta, mero indutor, pois sei que as grandes protagonistas são as pacientes (as grandes vitoriosas). Saber que ajudou a eliminar o desgaste de um casamento e que manteve junta uma família, um lar, não tem preço. Só estando dentro de mim para entender a felicidade, o êxtase que é poder oferecer a uma mulher de 40, 50, 60 anos, ou mais, o primeiro orgasmo, diante do quanto isso significa para a vida dela e das pessoas que a cercam. Sabendo o quanto isso pesava para elas.

Ninguém faz ideia do que se sente quando se ajuda uma mulher vítima de estupro ou abuso sexual a resgatar sua sexualidade, redespertar seu feminino e seus prazeres. São mulheres que se fecharam a relacionamentos, muitas vezes, com verdadeira ojeriza aos homens.

Mulheres que chegam em depressão profunda e saem das sessões sorrindo e leves, como se ali tivessem deixado uma mochila cheia de pedras. Mães, filhas, avós e casais. Mulheres que ajudo a tornar a vida mais feliz. São seres humanos que merecem meu mais profundo respeito. Que me concedem a honra de participar das suas vidas. A minha responsabilidade é enorme, não tenho dúvidas disso!

Tenho a honra de ouvir a palavra Gratidão de quase a totalidade das minhas pacientes, até de algumas que não o ofereci as respostas que elas foram buscar, mas que sabem que as atendi com amor. Na realidade, eu que me inclino em gratidão a todas elas. Minhas pacientes e o Tantra tornam a minha vida completa. Não tenho vazios. Sempre quando algum surge, é rapidamente preenchido.

Sinto que sou cada vez mais humano, mais homem e mais forte com o Tantra na minha vida. Declaro meu mais profundo amor a este meu trabalho. Fundamentalmente, sou feliz por poder oferecer às pessoas aquilo que me faz feliz!

 

 

Por Prem Prabhu