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Se você buscar se informar, se aprofundar e se
fechar apenas sobre aquilo que acredita, negando
veementemente aquilo que não acredita, sem ao menos
entender o porquê e o que de fato se passa na sua
discordância, lamento, mas você viverá conflitos
internos enormes e se afastará do seu EU, de
pessoas, de oportunidades e de um monte de coisas
que poderiam lhe fazer muito bem.
Em tudo
existe um desequilíbrio natural, principalmente,
naquilo que é humano/existencial. O desequilíbrio é
necessário e não é ruim, muito pelo contrário. O
erro também é uma virtude do ser humano, assim como
é o acerto. As concordâncias e discordâncias, idem.
A questão é que o equilíbrio e o desequilíbrio,
os erros e acertos e as concordâncias e
discordâncias se equivalem qualitativamente, quando
nos tornamos seres calmos, reflexivos, abertos, sem
negar nada, abertos ao diálogo, controlando nossos
Egos. Isso, obviamente, dentro de uma verdade que
contemple interesses que sejam existenciais voltados
à liberdade e à verdadeira diversidade. Não negar
nada, não significa aceitar tudo. Trata-se apenas de
olhar além e buscar compreender o mundo e nossos
semelhantes.
Logo, enxergar a vida com
radicalismo, faz de você a sua primeiríssima vítima.
A segunda, é quem está a seu redor, mas esta pode se
livrar de você rapidamente, afastando-se,
simplesmente. Só que você não pode se afastar de si.
Em outras palavras, você vai ter que se aturar e
bancar as consequências deste seu radicalismo que,
com certeza, em algum momento ou em algum campo da
vida que seja, está te deixando pesada(o) e triste.
Quando nos tornamos pessoas radicais, incapazes
de ver qualidades naquilo que não concordamos, nos
sentimos sozinhos. Podemos ter junto de nós
milhares, até milhões de pessoas que pensam igual ou
de forma semelhante a nós. Só que continuaremos a
nos sentirmos sozinhos, porque essas pessoas,
igualmente radicais, servem de acalento ao Ego e não
a nós. A solidão é uma energia ruim que flui em nós,
quando fechamo-nos radicalmente naquilo que
acreditamos. Logo, o amor não flui, principalmente o
próprio, porque há conflitos internos que o
represam.
Fico triste vendo pessoas sendo
consumidas pelos seus radicalismos; pelo fato de
estarem fechadas a compreender aquilo que não
concordam; que se revoltam, só porque suas verdades
não são as verdades de seus semelhantes. Porque, é
isso que, no final das contas, gera preconceitos,
tabus e paradigmas e tolhe a verdadeira liberdade e
verdadeira diversidade.
O que vejo hoje é um
excesso de radicalismo; um excesso de pessoas cheias
de opiniões, propagando desrespeitos sem ao menos
tentar compreender o oposto, o desequilíbrio, o
certo e o errado, o bom e o ruim, segundo seus
pontos de vistas. São pessoas que pregam liberdade
de expressão e de pensamentos e diversidades, até o
momento em que as outras estejam de pleno acordo com
elas.
Não concordar com tudo é natural.
Aliás, é muito bom, desde que sejamos capazes de
compreender o que leva nossos semelhantes a pensarem
diferente de nós e a enxergar o que é deles com
naturalidade. Você pode não aceitar aquilo para si,
mas não precisa negar para si e para os outros. A
negação é o radicalismo. Do ponto de vista
existencial, deixe que cada um flua sua forma de
pensar, pois, quando mais alimentamos os conflitos,
mais conflitos teremos, principalmente, dentro de
nós, nos corroendo. Não estou propondo que as
pessoas sejam passivas. Estou propondo que,
racionalmente, permitam que as coisas fluam.
Por isso, insisto: busque a calmaria, torne-se
reflexivo e transmita esta prática adiante, porque
isso também é energia que você pode propagar. Tudo é
energia! Nada é construído no conflito!
Portanto, não negue nada. Pare de taxar e julgar as
pessoas. Viva sua vida e deixem que as pessoas vivam
as delas. O conflito que você cria é seu. Quando
você briga com alguém, não é uma briga ente 2
pessoas, são 2 brigas, cada uma com seu interior.
Sem dúvidas, nas duas, ficarão feridas
Por Marcelo

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