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Insistentemente, afirmo que o diálogo é fundamental
para o prazer sexual. Isso porque o dialogar é
libertador e o sexo, para fluir de forma prazerosa,
precisa de liberdade total.
Conforme
mencionado no texto anterior, segundo estudos, cerca
de 70% das mulheres que chegam ao orgasmo, precisam
de estímulos no clitóris para tal. Já em relação às
cerca de 30% que chegam ao orgasmo por meio da
penetração, existe um universo de possibilidades de
estímulos com o pênis, que podem oferecer o
resultado orgasmo, mas que não estão necessariamente
ligados à penetração em si, mas sim a fatores
ligados aos psicológicos de cada mulher e/ou aos
aspectos físicos ligados aos estímulos (por exemplo,
uma posição que o pênis encoste no clitóris).
O diálogo, para que o prazer na penetração
aconteça se faz necessário, porque as mulheres
precisam estar livres para buscar suas posições mais
prazerosas. Ou seja, a mulher precisa achar a
posição ideal para que o pênis atinja o ponto exato
de prazer na parte interna da sua Yoni (vagina em
Sânscrito) e na externa.
No sexo que hoje
está convencionado, que é feito é não vivido (o sexo
obrigacional, cheio de Egos envolvidos, o homem é
que toma as ações), criou-se até o termo "ativo"
para definir a participação masculina no ato,
obviamente também pelo fato de o homem realizar a
penetração. Também se convencionou que o ato de
fazer sexo está dividido em duas partes: as
preliminares e a penetração, que é tratada como sexo
em si.
Também de forma insistente, afirmo que
o sexo não deve ser feito. O sexo precisa apenas
fluir e ser vivido. Sexo é consequência de energia
sexual pura que precisa circular livremente em cada
um e ser compartilhada com leveza. Não pode haver
barreiras que impeçam a livre fluência desta
poderosa energia que nos eleva. Não devemos agir ao
ponto de interferir na fluência das energias
sexuais, que são nossas energias motrizes.
Assim como a mulher precisa deixar o homem livre, o
homem precisa dar total liberdade à mulher. Não há
ativo ou passivo. Não há um roteiro a ser seguido.
Não há obrigação alguma. Não pode ter Ego envolvido.
Não pode haver vontade de ser o bom ou a boa no
sexo. No sexo que flui; no sexo que se vive, quando
se busca ser extraordinário o que se observa, no
máximo, é o prazer convencional, portanto limitado.
No sexo que flui; no sexo que se vive, quando se
busca ser simples, surge um prazer extraordinário e
ambos se tornam extraordinários.
No sexo que
flui; no sexo que se vive, os corpos são estimulados
constantemente e abundantemente para que a energia
sexual seja estimulada. Não existe preliminar, pois
é um grande carinho. Ambos se movem pela energia
sexual e não pelas convenções do sexo feito; do sexo
mecânico.
E será justamente a liberdade de
movimentos, sem regras, que permitirá a mulher,
durante a penetração, conhecer os seus pontos de
prazer, exatamente onde sua Yoni e seu corpo
precisam ser estimulados.
A Yoni oferece
diversos pontos externos e internos de prazer. São
muitas possibilidades de a serem conhecidas e
exploradas. O Assoalho pélvico é riquíssimo em
terminações nervosas. O clitóris, por exemplo, se
prolonga para dentro do órgão sexual por cerca de 13
cm ou um pouco mais, variando de mulher para mulher.
Tem também o famoso Ponto G, localizado na parede
anterior da vagina, no trajeto da uretra. A região
possui um tecido erétil que, quando estimulado,
proporciona muito prazer, fazendo com que as
mulheres alcancem o orgasmo.
O corpo da
mulher é um imenso órgão sexual, com muitas regiões
erógenas que precisam ser estimuladas e despertadas.
É fato que não existe uma parte do corpo de uma
mulher que não reaja sexualmente. Os homens têm
apenas que estimular proporcionando descobertas e
desenvolvimento das várias zonas erógenas.
E
necessário entender que, antes da penetração, se o
corpo da mulher e sua Yoni receberem estímulos
abundantes, com amor e carinho, sem ansiedades, sem
roteiros, sem regras, com sutileza, as
possibilidades de prazer com a penetração aumentam
muito. No sexo vivido, em que se busca fluir a
energia sexual, não existem etapas ou partes. Existe
totalidade. E os estímulos ao corpo e a Yoni não
precisam ser antes. Durante é tão importante quanto.
Depois também, porque, neste contexto de totalidade,
tudo é um grande durante.
A questão é que o
homem precisa se soltar totalmente e deixar a mulher
livre para que ela encontre sua posição de estímulo
ideal durante a penetração, de forma que ele entenda
como se posicionar para estimulá-la do jeito que ela
gosta e, a partir daí, poder se desenvolver com ela
cada vez mais. Homens e mulheres precisam entender
que prazer não se dá. Prazer se compartilha por meio
de amor, suavidade, tranquilidade, estímulos ao
corpo e livre fluência das energias sexuais de
ambos.
Os homens precisam compreender que, se
durante a penetração a mulher desejar autoestimular
o clitóris, não tem problema algum, pois o
importante é o prazer; o orgasmo. Não há demérito
algum para o homem permitir que a mulher estimule
seu clitóris. Aliás, indico até que o homem também
estimule o clitóris, obviamente, com delicadeza e
feeling.
Os homens têm que parar de palhaçada
e não colocar sentimento de culpa e/ou maltratar as
mulheres quando elas não atingem o orgasmo por meio
da penetração. Já as mulheres devem se afastar de
homens que tenham este comportamento ridículo, pois
não há nada de errado com elas.
Sugiro aos
homens e mulheres que se aprofundem neste tema
através de pesquisas. Sugiro, principalmente, que
dialoguem muito, pois, sem diálogo, tudo se complica
na relação.
O tema deste texto é tratado em
livros, para que se tenha ideia da dimensão. Meu
desejo é estimular que as pessoas busquem suas
respostas por meio de pesquisas. Sexo e prazer
também são conhecimentos importantíssimos. Déficits
nesta questão, geram desdobramentos muito ruins em
diversos campos da vida.
Por Marcelo

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