Mais um texto para casais

 

 

Postado em 04 de dezembro de 2017

 

 

Outro dia estava conversando com uma mulher que reclamava muito do seu marido, em relação à vida sexual do casal. Ela jogava toda responsabilidade sobre ele, falando um monte de coisas, reclamando demais, como se tudo que estava acontecendo tivesse um responsável apenas.


Sei que, muitas vezes, nós homens, nos desligamos da relação, perdemos o foco e temos muitas responsabilidades sobre o esfriamento da vida sexual em um casamento. Porém, ter muita responsabilidade, é bem diferente de sermos os únicos responsáveis. Numa vida a dois, a responsabilidade é dupla, sempre. Este é um ponto importante de reflexão, pois existem ações e omissões de ambos que precisam ser avaliadas com profundidade.

 


Perguntei a opinião dela sobre ele, em relação aos outros aspectos da vida a dois. Ela elogiou ele um monte. Perguntei se ela o amava e se sentia que ele a amava. Ela disse que sim. Então, para mim, a questão não era complexa, porque, se existe amor, o restante pode perfeitamente se ajustar.


Perguntei se existia diálogo entre eles em relação aos outros aspectos da vida a dois. Ela disse que sim, mas que não tinha abertura para falar sobre a vida sexual. Eu disse que esse tipo de diálogo é justamente o que está faltando e que ele inevitavelmente aconteceria a partir do momento em que eles colocassem o amor como pilar da conversa.


Se existe diálogo nos outros aspectos da vida, se existe amor, com certeza eles saberão conversar. Disse para ela não tentar o diálogo falando em tom de reclamação. Não bater sobre o problema, mas sim sobre aquilo que ela deseja. Sobre aquilo que é solução para ela, ou melhor, para eles.


Quando vamos tratar de um tema como este, precisamos ficar atentos aos nossos egos. A verdade é que, nem homens, nem mulheres, gostam de receber críticas em relação ao sexo. Inevitavelmente, se um diálogo desse nível começar com críticas e reclamações de ambas as partes (porque quem reclama está exposto a receber reclamações), os egos dominarão a conversa e, fatalmente, existirá ainda mais desgaste.


Na continuidade da conversa ela mencionou que conhecia pouco seu próprio corpo e que não sabia bem aquilo que lhe daria mais prazer e que, além disso, ao ler sobre a massagem tântrica, ficou curiosa não só por esse conhecimento, mas também pela possibilidade de despertar do corpo, de uma consciência mais ampla sobre ela mesma.


Afirmei que a massagem poderia sim ser muito importante para o que ela deseja, mas que ela deveria refletir sobre a certeza de vir à sessão, pois não adiante vir por vir, com sentimentos de culpa, sem que se tenha um querer profundo. Afirmei que, quando a cabeça não quer, nada funciona. Ela disse que estava quase certa e eu disse que quase certa não seria o ideal para ela. Falei para refletir mais.


Mencionei a possibilidade dela trazer o marido para esse universos, seja comigo, ou com outros terapeutas, e ela disse que deseja primeiro viver a experiência por ela mesma, para ela apenas. Ela chegou a questionar se a forma de pensar estava errada e eu disse que não, que o Tantra aceita tudo que a pessoa julga importante para ela mesma. Porém, observei para ela não deixar de lado a ideia de trazer o marido, no devido tempo, caso ela encontre as respostas na massagem tântrica.


Foi uma conversa longa. Este foi apenas um resumo. Ontem ela fez contato e disse que na semana que vem marcará a sua primeira sessão. Nas suas reflexões, verificou que ela tem muitos tabus e paradigmas que precisam ser dissolvidos e que a massagem será uma grande possibilidade disso acontecer. Nas suas reflexões, começou a enxergar suas parcelas de responsabilidade. Algo começou a mudas para essa mulher.

 

Por Prem Prabhu