Liberdade não é libertinagem
 

Postado em 28 de janeiro 2018


As mulheres sempre foram oprimidas e reprimidas em relação às suas sexualidades e, consequentemente, ao sexo. Isso é indiscutível e não é novidade. Aos homens, em sentido totalmente oposto, sempre foi dada toda liberdade, sendo ainda incentivados a serem os garanhões, os machos que tudo podem em ralação ao sexo, sendo que, também a eles nada ou quase nada foi ensinado em relação às suas próprias sexualidades e às sexualidades das mulheres. Aos homens foi dado o direito à libertinagem, como será entendido adiante.

 



Hoje, as mulheres estão livres, mas é uma liberdade totalmente limitada, porque essas opressões e repressões continuam de forma silenciosa, pois estão encruadas no seio da sociedade, que continua a pensar praticamente da mesma forma. O que tivemos, foram mudanças pontuais e, mesmo assim, nos grandes centros e em cidades maiores. Se formos até muitas cidades do interior do país, verificaremos que sequer mudanças pontuais aconteceram.

É obvio que todo tipo de opressão ou repressão nesse sentido é algo terrível. Mas, de resultado tão terrível quanto, é a falta que o aprendizado sobre a sexualidade faz, tanto aos homens, quanto às mulheres, refletindo nos casais e nas famílias. E isso se propaga, sem parar, indo de geração em geração.

Verifica-se em muitas mulheres do desejo de liberdade sexual, nos mesmos moldes e níveis que são dados aos homens. Concordo plenamente, é o justo. Porém, a questão não gira ao redor da liberdade apenas. Homens e mulheres livres desconhecem suas sexualidades e muitos ignoram o fato de serem diferentes nesse aspecto.

Tem muita gente que aponta o dedo para o Tantra e diz que, quem está neste universo, tem uma vida sexual promíscua. Aliás já li esse tipo de afirmação em sites de grupos de Tantra, em relação a outros grupos e segmentos, uma alegação meramente comercial para tentar se afastar de julgamentos sociais, quando isso, na verdade, os joga no mesmo bolo.

Nesses quase 17 anos que estou neste universo, quase 15 como terapeuta, já ouvi muitas coisas e fui alvo de muitos preconceitos, que na realidade, refletem uma ignorância tremenda.

O que vivemos no Tantra é uma liberdade total, com total consciência das nossas sexualidades, o que nos permitiu reprogramações e ressignificações nos mais diversos aspectos das nossas vidas, inclusive, mas não somente, em relação ao prazer e toda energia positiva que isso nos traz.

Vivemos o sexo intensamente, porém, conscientes das nossas sexualidades, daquilo que nos fará bem ou mal. E isso, nos retira de qualquer linha de promiscuidade, porque aprendemos sobres as energias sexuais e suas extremas relevâncias em nossos campos energéticos, tanto os benefícios, quanto os malefícios que nos traz nos relacionarmos sexualmente com qualquer pessoa.

Veja que não estou chamando de promíscuas as pessoas que se valem do seu livre-arbítrio para fazer sexo com quem quer que seja, no tempo que desejarem, ou onde desejarem. Estou apenas afirmando que, no Tantra, há consciência, há amor, fatores que afastam a promiscuidade de nós.

O fato de tratarmos a sexualidade com externa naturalidade e extrema liberdade, assim como tratamos o prazer e o orgasmo, não agride a sociedade. É a própria falta liberdade que a sociedade impõe ao indivíduo, que retorna dentro de um círculo vicioso, que a faz querer se libertar e não conseguir. A revolta não é com o Tantra, é da sociedade com elas mesma. Como não há coragem para se libertar, mais fácil condenar.

Lembro e lembrarei, como se fosse hoje, pois foi algo que me marcou, a imensa felicidade das pessoas que conheci quando entrei no Tantra. Me chamou atenção, mais ainda, a felicidade dos casais, o nível de integração e harmonia, o amor, a fidelidade e a cumplicidade entre eles.

Nunca vi, no Tantra, em grupos sérios, os problemas que vejo na sociedade, as coisas que causam tanta infelicidade nas pessoas. O que vi foram homens livres permitindo a liberdade das mulheres e mulheres livres permitindo a liberdade dos homens, de forma totalmente consciente. Nunca vi, por exemplo, sentimentos de posse, ciúmes e outros sentimentos negativos e nocivos, que nos retiram do caminho do amor. Sempre vi no Tantra homens e mulheres plenas. Vi uma energia de amor que sempre se renova.

Recentemente, fiz duas pequenas postagens no Facebook sobre um pouco do que penso em relação às energias sexuais. Vejam abaixo:

"SEXO SEM AMOR É BOM PARA VOCÊ?
Se você vai ao sexo sem amor, dando vazão apenas aos seus desejos, fatalmente, permanecerá em você todo "lixo" daquela pessoa, que virá e servirá para desarmonizar sua vibração. Com a banalização do sexo isso se tornou cada vez mais comum e a maioria não está observando esses eventos na sua própria vida, muito menos no que eles se convertem e resultam!"

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"O sexo com amor é uma forma de crescimento. Os atos sexuais nunca são inofensivos. As energias sexuais são forças poderosas. Precisamos saber o que fazer com elas. Sexo é espirito e energia criativa que move a vida."

Quem pensa assim, não defende a promiscuidade, a infidelidade ou lá o que seja de ruim, tal como se verifica por aí, que tanta tristeza traz às pessoas.

Liberdade sim, libertinagem jamais. Estes são dois conceitos que as pessoas confundem, que eu faço questão de diferenciar:

(i) liberdade consiste no direito de se movimentar livremente, de se comportar segundo a sua própria vontade, partindo do princípio que esse comportamento não influencia negativamente outra pessoa. De acordo com a filosofia, a liberdade é a independência, autonomia e espontaneidade do ser humano.

(ii) libertinagem é fruto de um uso errado da liberdade, porque demonstra irresponsabilidade, que pode prejudicar não só a própria pessoa, mas outras pessoas também. Quem age com libertinagem, revela não se importar com as consequências que o seu comportamento pode ter.

É este o recado que gostaria de trazer, para que as pessoas reflitam.

 

 

 Por Prem Prabhu