História real: transformando o que poderia se tornar um relacionamento abusivo

 


Postado em 06 de janeiro de 2019

 

 

 

Alguns resultados de pacientes me deixam muito felizes, quando, por exemplo, a massagem, por meio dos seus estímulos, consegue fazê-las enxergar melhor suas realidades, desvinculando-as de quaisquer tipos de dependências emocionais, inseguranças, falta de autoestima e ansiedades que possam levá-las a um relacionamento abusivo ou algo semelhante que resulte nisso.

Atendi, há alguns meses, uma paciente cujo ex-namorado ela gostava muito e que terminou com ela afirmando a amava, mas que, sem alegar saber o porquê, precisava terminar (foi assim mesmo, a seco). Nem preciso dizer o quanto isso a deixou mal e a machucou.

 



Para piorar, o cidadão ligava constantemente para ela, afirmando que estava triste e que queria encontrá-la. Ela ia ao seu encontro e ele mexia com seu emocional, tentando confundir sua cabeça. Aí falava que a amava, mas que não podia continuar, afirmando que não sabia explicar.

Mesmo sem estar com ela, como sabia da vida dela por meio de amigos, sempre empatava as tentativas dela se divertir, principalmente, quando pretendia ir para bares ou locais mais propensos a se encontrar alguém. Ameaçava nunca mais procurá-la, se ela fosse, e ela não ia.

Muito da paixão que ela tinha com ele, se dava pelo prazer sexual, segundo suas palavras. Por isso ela foi pesquisar a massagem tântrica, não só pelo prazer, mas em busca dos resultados que ela pesquisou. Então, ela me contatou.

Ela viveu sua primeira experiência e foi uma sessão maravilhosa. Ao término falei que tudo que ela tinha sentido e vivenciado estava dentro dela e que o meu papel foi apenas estimular o que é dela naturalmente. Expliquei de forma que ela entendesse bem. E ela entendeu, pois a segunda foi melhor ainda e a terceira, digamos, totalmente excelente. Reagia muito bem aos estímulos da massagem. Na véspera das suas férias ele veio para a quarta sessão.

Durante nossa conversa preliminar, ela afirmou que iria viajar com suas amigas para um lugar maravilhoso e bem agitado. O cidadão, que tinha terminado com ela para confundir sua mente, vendo que ela não o procurava, sentindo sua ausência, começou a correr atrás, principalmente depois que soube que ela iria viajar para aquele lugar. No último contato que mantiveram, pediu que não viajasse com suas amigas e que não iria querer mais nada com ela, se ela fosse.

Fizemos a quarta sessão e tudo correu maravilhosamente bem. Depois que a massagem terminou, conversamos mais um pouco, ela ouviu seu interior e decidiu fazer a viagem sem que pairassem quaisquer dúvidas sobre a sua decisão. Incentivei a decisão. Ela ja estava decidida a ir, mas tinha uma pontinha de dúvidas apenas. Ela foi!

Durante a viagem ela entrou em contato, falando que estava se divertindo muito, conhecendo pessoas e que viveu um prazer muito intenso com uma pessoa que tinha conhecido lá. Afirmou que sentiu que este prazer veio dela, que algo começava a se transformar. Disse que seus pensamentos estavam apenas ali, nos momentos intensos que estava vivendo. Falei para ela se soltar e aproveitar cada segundo. Ao retornar da viagem ela fez mais um contato e falou que iria se encontrar com o cidadão para conversar.

Depois da conversa entrou em contato novamente e disse que foi categórica ao afirmar para ele nunca mais tentar jogar com os sentimentos dela, pois ela o deixaria. Ainda afirmou ao cidadão que tentaria novamente, pois pairavam dúvidas sobre os sentimentos e, na dúvida, ela viveria para não se arrepender de não ter vivido.

Semana retrasada fizemos a quinta sessão já com um intervalo maior, de cerca de 2 meses. Foi igualmente excelente. Conversamos e ela disse que agora a relação está em outras bases, bem melhores para ela, que permitem os sentimentos fluírem sem impedimentos. O mais legal de tudo foi ela ter falado que mudou os conceitos que tinha sobre relacionamento, que antes era obrigacional e pesado. Disse que está vivendo uma vida livre, sem os pesos dos tabus e dos paradigmas e que isso contagiou o cidadão também.

Ela me disse que não pertence a ele e que ele também não é prioridade dela. Disse que estão unidos pelos sentimentos que fluem e não por apegos. Ela afirmou que sente tudo fluir entre eles, que o tipo de prazer que estão vivendo, no sexo e em todos os aspectos, é algo totalmente diferente.

Achei legal compartilhar o que esta paciente conseguiu transformar em sua vida, usando a massagem como meio, ou melhor, como um dos meios. Isso não quer dizer que o mesmo acontecerá com você, pois cada uma tem a sua própria história, as pessoas são diferentes e você terá seu próprio resultado, de acordo com o seu querer, algo que é importante também.

Porém, o legal disso tudo é que ela se reconheceu, passou a ser consciente do que ela é e da enormidade daquilo que representa, entrando num caminho de autoconhecimento. Ela reconheceu a Deusa que habita sua existência e é isso que ela passou a aceitar, ou seja, que é uma Deusa!

Muitas mulheres que estão lendo este texto afirmarão que jamais voltariam para um cidadão com o este. Mas, o fato é que nosso coração não tem lá tantas razões. Cada caso é sempre um caso.

Todavia, tem uma questão importante nesta história e que faz toda diferença: apesar de ele ter feito o que fez e tentado exercer domínio psicológico sobre ela, jamais a xingou, ofendeu ou a agrediu. Jamais chegou perto disso.

Poderia evoluir para este lado? Talvez sim, talvez não. Mas o fato é que não aconteceu e que não cabem conjecturas. Eles serão felizes para sempre? Também não sei. O amanhã se constrói através do que se vive hoje, agora.

Porém, uma coisa é certa. Se ela não tivesse buscado as suas soluções, as probabilidades de viver um relacionamento abusivo eram consideráveis.

 

 


Por Prem Prabhu