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A relação de um casal não pode ser baseada em
cobranças, desconfianças e apegos. Isso, certamente,
trará infelicidade. Uma relação de amor é leve e
pressupõe liberdade total. O compromisso é com o EU
de cada um. A grande felicidade está no amor; a
fidelidade é um compromisso que assumidos com nós
mesmos e com mais ninguém.
Quando falamos em
dar liberdade total, em desapegar da outra pessoa, o
que vem na cabeça da maioria é uma grande farra,
promiscuidade, traição. Afirmo que esse tipo de
pensamento está totalmente errado.
Todo mundo
sabe que não adianta cobrar fidelidade da outra
pessoa. É fato que, se ela quiser; se o amor não
estiver presente, o que tiver que acontecer,
simplesmente, acontecerá, mais cedo ou mais tarde.
Isso é prova de que a fidelidade é um compromisso
que assumimos conosco, com nosso coração e com mais
ninguém.
A fidelidade cobrada e obrigacional
vai de encontro ao nosso coração. Esse tipo de
fidelidade nos corrói e engana a outra pessoa. O ato
de traição, em si, é mera consequência da fidelidade
obrigacional, de um apego. Todavia, quando não há o
ato, devemos tratar o comportamento do casal como
lealdade, algo combinado ou imposto, que não
encontra origem no amor, mas sim, no apego, no ego e
na escravidão. A verdade é que ninguém gosta de ser
cobrado e pressionado por coisas que vão de encontro
aos seus sentimentos.
O relacionamento
verdadeiro acontece quando ambos deixam de ser
cobradores e apegados. Quando ambos são fiéis aos
seus EUs, aos seus sentimentos, tornando-se
totalmente livres, como Deuses que se unem pelo
amor.
As pessoas têm medo de retirar as
cobranças, as obrigações e o apego das relações,
pois, sem esses elementos, restaria apenas o amor e,
uma vez constatada a falta do amor, o relacionamento
terminaria, tal como muito que vemos por aí. Pessoas
vivem relacionamentos sucessivos, tal como se
estivessem trocando de emprego, sempre renovando
suas obrigações e apegos. É o tal "a fila andou"!
Simplesmente, as pessoas vão se ferindo. É muito
fácil perceber isso nas redes sociais.
O
apego, esse sentimento de posse, de ciúmes; as
cobranças e os acordos de lealdade nas relações, que
estão colocando o amor em segundo plano, tem feito
as pessoas sofrerem muito e terem crises e mais
crises emocionais, desgastando-as sobremaneira.
Quando optamos viver relações baseadas em amor e
liberdade, estamos fazendo a escolha pela
fidelidade, sem lealdade. Estamos sendo fiéis ao
nosso amor, a nós mesmos. Não devemos entrar em
relações que estejam desalinhadas com nossos
sentimentos. Devemos ter consciência do nosso EU.
Devemos honrar nosso interior e sermos verdadeiros
conosco em todas as situações. Ser livre, numa
relação de amor, não é esquecer a outra pessoa e
viver em leviandade. É viver o amor.
Devemos
buscar nosso preenchimento interno por nós mesmos.
Quando precisamos preencher nossos vazios com outra
pessoa, estamos fadados a cair numa relação de
obrigações e apegos, verdadeiros acordos de
lealdade. Entramos nessas relações com mais medo de
sermos traídos, do que vontade de sermos felizes.
Você pode ler este texto e achar que ele apenas
traz baboseiras e continuar desconfiando,
pressionando, perdendo noites de sono e/ou seu
sagrado tempo de vida atrás da outra pessoa, para
ter certeza de onde ela está, controlando seus
passos, mandando mensagens, ficando em estado de
irritação quando uma foto dela é curtida ou
comentada nas redes sociais. Você pode viver nesse
stress para garantir que seu acordo se lealdade
esteja sendo cumprido. A vida é sua, é seu
livre-arbítrio. Mas, você também pode, ao menos,
refletir sobre este conteúdo.
A escolha é
sua. Assim como as consequências! Veja o que é certo
para o seu coração.
Por Marcelo
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