Felicidade e Infelicidade

 


Postado em 06 de janeiro de 2019

 

 

Pode parecer estranho analisar a vida desta maneira, mas sempre estamos buscando a felicidade, colocando a infelicidade ao lado dela. Vivemos nesta dualidade, entre dois polos, e isso não tem sido nada bom. No fim, consideramos a felicidade e a infelicidade como duas situações reais e muito prováveis nas nossas vidas.

Existe uma corrente filosófica que diz que a felicidade é um somatório de momentos alegres, ou seja, que ela não é uma constante, podendo oscilar com momentos de tristeza. E tratam a infelicidade da mesma maneira, para concluir que somos sempre esta dualidade.

 

 



A questão é que não somos esta dualidade. A vida é que apresenta estes momentos de alegrias e de tristezas e isso é inevitável, pois tratam-se atos e fatos que, nem sempre, dependem de nós, mas que, de alguma maneira, acabam nos afetando.

O nosso problema é que nos relacionamos com muita intensidade com a felicidade e a infelicidade, porque fomos doutrinados e criados assim, portanto, condicionados. Acaba que nos moldamos à dualidade e nossas emoções estão sempre oscilando com os acontecimentos da vida. Neste ponto, é necessário frisar que a nossa balança sempre acaba tendendo para a infelicidade, porque somos também condicionados ao medo.

Focamos excessivamente no ter e acabamos nos esquecendo do ser. E isso não é demérito a quem quer que seja, pois até as pessoas que acham que focam no ser, acabam, sem perceber, priorizando o ter. E engana-se quem acha que o ter está ligado apenas ao lado material da vida.

A questão é que para sair desta dualidade, precisamos criar uma compreensão maior sobre nossas existências. A única dica que posso dar é a busca por métodos que ampliem nossa autoconsciência, traga autoconhecimento e autoaceitação.

Não é uma questão de nos tornarmos frios diante da vida. É sim uma questão de nos tornarmos calmaria absoluta, por meio da meditação, por exemplo. Não vamos deixar de nos emocionar. Vamos apenas ser seres calmos que sairão das gangorras emocionais criadas por esta dualidade. Quando nos tornarmos calmaria e passamos apenas a observar a vida, não mais seremos felizes e infelizes; não mais seremos ansiosos e angustiados. Não mais seremos radiantes, saindo pulando por aí.

Quando encontrarmos a calmaria, passando a observar a vida, encontraremos uma coisa chamada paz. Então, há uma ruptura desta dualidade e nos tornamos apenas felicidade. Porque felicidade é ter paz, independente dos atos e fatos que a vida nos oferece.

As pessoas estão tão acostumadas a dualidade que, inevitavelmente, muitas dirão que a vida se tornará monótona com a paz. Afirmo que a monotonia passará ao largo, porque, de fato, passaremos a sentir a vida; a sentir nossa essência; a sentir o que somos de fato. E isso se expande aos nossos semelhantes. O prazer, no sentido mais amplo da palavra, se amplia.


Por Prem Prabhu