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Aos
casais: o prazer não funciona com adivinhações e não é
cobrador
Postado em 11 de junho de 2017
Converso com
muitas pacientes sobre tornar o sexo e as suas sexualidades
mais leves e, por consequência, mais felizes. Carrego o
entendimento de que o prazer não é um jogo, ou um contrato
que gera obrigações. O prazer em si é leve e somos nós, com
nossas mentes sobrecarregadas de informações, quase sempre
inúteis, que colocamos peso nele.
Defendo o diálogo aberto e solto entre os casais. É
necessário expor, de forma livre e leve o que se gosta, o
que não agrada e o que se deseja. Existem mulheres que
afirmam que os homens precisam ter o feeling de saber o que
dará prazer para elas e do que elas gostam. Assim como
existem homens que pensam e agem da mesma forma. No final
das contas, ninguém agrada ninguém e isso vem ocorrendo com
mais frequência do que se imagina.

O fato é que a vontade de cobrar vem superando a vontade de
dialogar, ceifando uma liberdade necessária. Hoje vivemos um
tempo de cobranças. Só que o verdadeiro prazer não é
cobrador. Nós somos cobradores.
Pergunte para seu parceiro ou parceira: vamos explorar cada
milímetro dos nossos corpos? Vamos nos divertir? Vamos
brincar de sentir um ao outro? Falo de tornar o sexo uma
grande brincadeira, sem compromissos; de se criar uma leveza
incrível e possibilidades infinitas de prazer.
O prazer não pode ter obrigações no sentido de ter que
proporcionar prazer. O prazer pressupõe a liberdade e a
leveza de uma brincadeira em que não há disputas, algo em
que todos saem ganhando. Brincar apenas por brincar, com as
mentes esvaziadas, como se crianças fôssemos, curtindo a
infinita alegria do momento.
Uma das etapas mais deliciosas da massagem tântrica é quando
a cabeça e a face são massageadas, de forma extremamente
sensível, carinhosa e completa. E é justamente nesta etapa
que, não raras vezes, as emoções e as sensações, inclusive o
prazer, são despertadas. Outras etapas significativas se dão
quando as mãos, principalmente as palmas, e quando os braços
são massageadas. Aí vem a pergunta: você acaricia a face e a
cabeça, as mãos e os braços na hora da relação? Não? Se a
resposta for não, você precisa brincar mais.
É óbvio que existe uma técnica envolvida na massagem, de
continuidade e movimentos específicos, que intensificam o
prazer por meio das regiões acima mencionadas. Porém, mesmo
sem a técnica, apenas com o uso da vontade e do sentimento,
é possível viver experiências incríveis. Quem realmente
busca e sente este despertar, verifica que está faltando o
mais básico de tudo: o carinho, por meio das carícias mais
delicadas.
Enquanto perdemos tempo presos ao que revistas e sites falam
sobre o prazer, tal como as 10 posições mais quentes de
sexo, o que se deve ou não falar ou fazer, nos lugares mais
exóticos, dentre outras, verifica-se que estamos nos
esquecendo do mais básico.
Deve existir entrega máxima do casal. Porém, essa entrega
deve ocorrer de dentro para fora, partindo de cada um. Em
outras palavras, você precisará se permitir, se libertar e
não se reprimir. Entregue-se a você mesma(o). O diálogo
ajuda muito nesta etapa, pois, fatalmente, se você não se
libertar, de alguma forma, estará travando a outra pessoa.
Busque liberdade mútua!
Aqui neste ponto, vale uma atenção especial, pois, do jeito
que estamos conduzindo o prazer, criamos o hábito de colocar
as responsabilidades sobre os outros, quando, na realidade,
muitas questões dependem de nós.
Precisamos de mais diálogo e dedicação. Precisamos de menos
critérios e regras inúteis, as quais, definitivamente, em
nada contribuem para a nossa felicidade.
Os toques da terapia tântrica são extremamente suaves, leves
e sutis. Todavia, mexem com a eletricidade do corpo,
provocando sensações incríveis. São toques que desafiam o
convencional. São toques que desafiam todas essas baboseiras
jogadas pelas mídias, enchendo nossas mentes.
As mídias são patrocinadas pelas indústrias do sexo e da
pornografia. Essas indústrias faturam bilhões por ano. Será
que elas querem realmente que o o prazer máximo e absoluto
comece dentro de cada um de nós, tal como proponho? A
verdade, fazendo uma analogia, é que essas indústrias
funcionam como os laboratórios fabricantes de medicamentos.
Pessoas saudáveis não precisam de remédios! Reflitam sobre
este ponto também!
Experimente dialogar e transformar tudo em uma grande
brincadeira, com liberdade e leveza. Não cobre prazer e não
se obrigue a dar prazer. Simplesmente divirta-se. Não se
preocupe com o tempo. Não se preocupe com nada. Não queira
competir. Queira a penas viver o momento. Esvazie a mente,
distribua suas energias. Sinta-se e sinta a pessoa.
Não busque advinhar, não se obrigue a isso. Busque sentir
para descobrir. Explore-se e explore a outra pessoa.
Como, em tempos de tanta liberada de sexual, existe tanta
falta de diálogo sobre o prazer?
Por Prem Prabhu
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