|
|
|
Antes de discutir, leia estas dicas
Postado em 08 de julho de 2018
A melhor opção que podemos ter em uma discussão,
independente do tema, seja ela mais tensa ou menos tensa, é
permanecer observador(a). Sei que é difícil se conter; que
às vezes o ego fica ferido, que é difícil controlá-lo, mas
isso é necessário, é o que deve ser feito, preciso lhe
dizer. Tem que se acalmar. A calmaria traz a lucidez
necessária que precisamos ter para enfrentar o que tiver que
ser enfrentado, sem que o ego tenha protagonismo algum sobre
a questão ou o problema que precisa ser resolvido.

Se você deseja apenas levar sua mensagem, o ego não
assume protagonismo algum, porque você estará calma e
serena. Porém, se você deseja impor sua opinião; que a outra
pessoa engula aquilo que você pensa de qualquer maneira e
assuma como verdade para a vida dela, pode acreditar que o
ego está no controle e que, provavelmente, você sairá
frustrado(a) e com muita raiva. O ego sempre é frustrador e,
mais cedo ou mais tarde, esta verdade se revela.
Nas
relações entre casais, é muito claro para mim que o nível de
profundidade das mulheres em relação aos sentimentos é muito
maior que o dos homens. As mulheres têm uma tendência maior
de criar vazios, por serem muito mais completas. Na média,
com o passar do tempo, a menor profundidade da maioria dos
homens acaba por fazer voltar os vazios das suas
companheiras. E são esses vazios que as levam a querer
entender o que está acontecendo e a discutir os
relacionamentos. É como se o resultado dessas conversas as
preenchesse novamente, pois faz com que a paz retorne aos
seus interiores.
A questão é que a maioria das
pessoas, principalmente as mulheres, ainda se relaciona para
preencher vazios das suas vidas, que foram criados pelos
mais diversos motivos. A menor chance de retorno desses
vazios coloca a pessoa ansiosa, insegura, angustiada, por
vezes irritada e desesperada. Não é outra pessoa que provoca
isso. Não é a possibilidade de que ela vá embora que provoca
estes efeitos. É a possibilidade de retorno do vazio. É uma
questão de preenchimento interno, que ninguém será capaz de
fazer por quem quer que seja. A pessoa tem que se preencher.
O Ego sempre esteve ali. Só que, com a possibilidade de
término da relação, com toda insanidade que isso provoca,
ele encontra a oportunidade perfeita para protagonizar a
história. E ele vem com toda força, fazendo a pessoa perder
sua razão, no extremo, até sua dignidade. O Ego não está
interessado no que pessoa perderá. Ele está apenas
interessado em se saciar. O ego é guloso.
Perceba
que, quando tudo está aparentemente tranquilo, em zonas de
segurança e de conforto satisfatórias, o ego não tem uma
atuação relevante. Ele está ali, as vezes tenta uma gracinha
ou outra, mas não consegue ir adiante. A questão aqui é que
o ego não se cria em ambientes de calmaria e sanidade. Não
há espaços.
Por isso é importante, em qualquer
discussão sobre a relação, a mulher manter-se em calmaria
absoluta e buscar ser observadora, deixando o homem falar e
colocar para fora o que está sentindo. A calmaria, mesmo que
a pessoa não perceba, resgata a autoconfiança e o
amor-próprio, pois faz com que exista uma reconexão com o EU
da pessoa, a partir do olhar para dentro. Este estado de
sanidade faz com a pessoa se perceba melhor, se sinta de
verdade. Isso ajuda sobremaneira a preencher os vazios
criados.
A calmaria e a observação fazem com que a
pessoa tenha sanidade e paz. Só que este efeito também passa
para a outra pessoa. Basta que uma fique calma, para que
outra também fique calma e sã. Expor sentimentos, colocar
para fora, sem ser questionado ou julgado, faz um bem
enorme. E só uma pessoa calma e observadora, que deixou
automaticamente seu ego no lugar que ele tem que ficar, é
capaz de proporcionar esta abertura, esta liberdade para
alguém.
A calmaria e a sanidade permitem que possamos
entender a outra pessoa e os motivos que a estão levando,
por exemplo, a terminar um relacionamento. Ao se sentir
livre para expor seus sentimentos, as pessoas tornam-se
reflexivas, pois a sanidade permite que ela mesma se entenda
melhor. A verdade é que o mundo não permite que nos
entendamos. Ele nos sufoca e não nos dá chance para
reflexões.
Entender o que se passa com a outra
pessoa, com a calmaria e a sanidade presentes na conversa,
permite que possamos enxergar nossas próprias falhas e erros
também. Ora, se uma pessoa fosse perfeita para a outra, ela
não cogitaria a possibilidade de ir embora, não é mesmo?
Quando entramos em relações para preencher vazios, o medo do
retorno deles faz com que nossas reações e comportamentos
sejam insanos. Um dos primeiros comportamentos insanos que
se percebe, é o desejo de querer ter controle sobre a vida
dá outra pessoa, por exemplo. É como se dissesse: "meu vazio
não vai voltar".
Muitas mulheres já pediram minha
ajuda quando sentiram que seus companheiros queriam ter uma
conversa para terminar as relações. A questão é que eu falo
tudo aquilo que eles não desejavam ouvir naquele momento,
vez que estão tomadas pela ansiedade e pela insanidade, ou
seja, falo que elas precisam se manter calmas e
observadoras. Existem as que aceitam minha sugestão e as que
acham que ela não valeu para nada. A questão importante
deste ponto é que, se elas não buscarem se acalmar e
observar, farão mais do mesmo e, provavelmente, a conversa
não acabará bem.
Busquemos nos relacionar
amorosamente para a nossa felicidade e não preencher vazios.
A calmaria e a sanidade devem fazer parte das nossas vidas e
ir para nossas relações, desde o início. Isso deixará o ego
sem ambiente e no seu devido lugar. Tudo passará a fluir.
Estaremos devidamente preenchidos. A paz não é um vazio,
como muitos acham. A paz tem uma capacidade impressionante
de preenchimento do nosso EU.
O amor não flui com o
ego assumindo protagonismos. Não mesmo. Ou é o ego ou é o
amor. Os dois não caminham juntos. Cada pessoa terá que
fazer sua escolha.
As pessoas precisam entender que a
busca da calmaria e da meditação trazem paz interna e
sanidade. Muita gente acha que as pessoas que meditam são
meio loucas, pois estão sempre tranquilas. Só que loucas são
as pessoas tensas que acham isso. Pessoas verdadeiramente
calmas são preenchidas pela paz e conseguem fluir o amor.
Pessoas tensas não fluem amor.
Portanto, mantenha-se
calma e observadora. Observe-se e observe a outra pessoa.
Deixe apenas fluir.
Este é mais um texto tem muitas
informações para que você possa refletir. Ele serve para as
mais diversas discussões.
Por Prem Prabhu
|
|
|
|