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Aceite sua totalidade, sem conflitos
Postado em 22 de abril de 2018
Conversando com uma mulher, que não é ou foi minha
paciente, mas que afirmou que meus textos têm sido
importantes para sua melhora, acabamos tratando de um tema
que penso ser interessante expor.
Ela me disse que
estava em um processo de autoaceitação; que estava aceitando
suas qualidades e defeitos (aos olhos dela). Sou muito
atento às palavras e noto que, nas afirmativas de processos
de aceitação, é muito comum que se crie uma divisão entre
qualidades e defeitos, como se a pessoa criasse dentro dela
dois seres: o ideal, composto de qualidades e o não ideal,
que fica só com os defeitos que ela julga que tenha.

A questão é que, quando criamos essa separação dentro de
nós (dois seres), tendemos a querer viver só das qualidades
(o ideal + o ego), isolando aquilo que não concordamos e não
gostamos em nós. E não é apenas isso: ainda existe o risco
de negarmos aquilo que não gostamos, de tal maneira, que
acabamos por esquecer de coisas que precisamos resolver
dentro de nós.
O problema é que, mais cedo ou mais
tarde, essa divisão se desfaz, porque somos totalidades,
indivisíveis. Portanto, entendo que este é um ponto de
reflexão bem interessante.
Não sou a favor dessa
separação. Estou certo que o processo de autoaceitação deve
se iniciar dentro de uma totalidade. Devemos aceitar dentro
de nós o que gostamos e o que não gostamos (aos nossos olhos
e sentimentos). Aceitar esta totalidade é muito importante.
Temos um caos interno que precisa ser vivido e
organizado. E a melhor maneira de fazer isso é aceitando
tudo, para que tudo seja organizado. Se passarmos a aceitar
de fato o que não gostamos, vamos parar de entrar em
conflitos internos. Precisamos avaliar que os conflitos nos
colocam em riscos de fugas. Podemos nos cansar dos
conflitos, mais cedo ou mais tarde. Não se encara um
problema interno lutando contra ele. Precisamos admitir e
aceitar nossos problemas. Todos nós temos!
Temos
muitos exemplos em que vemos pessoas admitirem que têm
determinados problemas, alguns graves, inclusive doenças,
mas que os superam definitivamente, ou passam conviver com
eles em total harmonia, um dia de cada vez. Não é uma
questão de aceitar aquilo que não gosta em você aos olhos
dos outros. Tem que aceitar aos seus olhos. Você precisa
definir se realmente não gosta de algo em você.
Todos
temos coisas que não gostamos dentro de nós. De alguma
maneira, estamos insatisfeitos com algo. Isso é muito
importante para alavancar transformações. Aceitar isso é
muito importante. Aceitar, sem conflitos, é o primeiro é
grande passo que uma pessoa pode dar. Essa aceitação não nos
torna seres inferiores. Continuaremos a ser maravilhosos
sempre, caminhando rumo aos nossos objetivos e desejos.
Conflitos geram tristezas. Aceitar permite que a energia
da felicidade flua em nós. Por isso aceite-se totalmente,
com o que gosta e com o que não gosta. Passe a conversar, a
dialogar com seu interior. O melhor caminho sempre será o do
consenso, seja externo, seja interno, principalmente.
Eu já vi muitas pessoas em conflitos internos buscando
se autodiagnosticar com doenças, que sequer possuem. Na
realidade, essa admissão serve como fuga, que traz muita
tristeza e realmente pode criar desdobramentos ruins.
Aceite tudo que está em você ao mesmo tempo. Se for para
viver o caos, viva com alegria. Não negue nada. Não nuble
sua visão com negações e conflitos. Se enxergue totalmente e
receba tudo com alegria.
Não se trata do negativo com
mais negativo. O negativo a gente mata com o positivo.
Precisamos nos enxergar claramente, se desejamos evoluir.
Sempre seremos divinos com as qualidade e defeitos que
verificamos em nós.
Não olhe para dentro de si sob a
ótica das outras pessoas. Olhe com o que você realmente
enxerga. Não é pelo outros. É por você. Não viva pelos
outros, porque não podemos viver a vida deles. Nossa vida é
mais importante que tudo!
Obs: não escrevi este texto
com o sendo o caso da mulher que conversei. Escrevi, pois
penso ser importante refletir sobre isso.
Por Prem Prabhu
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