A massagem tântrica não é concorrente dos homens

 

Postado em 18 de abril de 2018

 

 

Quando conheci a massagem tântrica, jamais tinha ouvido falar dela. Eu fui fazer apenas uma massagem, tal como em experiências anteriores, com a indicação de que era algo diferente e maravilhoso. Lá em 2001, não existiam tantas informações como temos hoje.

No entanto, esquecendo o fato de eu aplicar a massagem tântrica, das escolhas que fiz, penso que, se eu tivesse acesso à informação sobre ela, com a facilidade que se vê hoje em dia, buscaria, no mínimo, aprender algumas técnicas, seja para conhecer o meu prazer, seja proporcionar prazeres diferenciados às mulheres.

 



Ainda vejo os homens muito na defensiva em relação à massagem para mulheres. Este mesmo comportamento não noto quando massagem é para eles. Penso que os homens que ficam na defensiva não deveriam ver a massagem tântrica como concorrente, mas sim como aliada. E ela pode ser uma grande aliada sim.

Nesses anos aplicando a massagem em mulheres, já perdi a conta com quantos homens conversei. Tive conversa neutras, excelentes, algumas que começaram tensas e depois de tornaram excelentes e muitas que terminaram com os homens sem mudar de ideia, por mais que tenham compreendido.

O fato de o prazer da mulher ser mais intenso e mais complexo, na realidade, causa muita insegurança aos homens. E isso vai ao centro de seus egos, porque, ao se darem conta disso, todos os seus aprendizados sobre sexo e sexualidade vão por água abaixo. A questão é que o sexo feito, o obrigacional, o preferido da maioria, está muito voltado para a pornografia e, portanto, previsível. E eu digo que o prazer de cada mulher é único.

Devido a essa complexidade, é que hoje temos essas enxurradas de textos sobre orgasmos femininos nas mídias, ao ponto de deixar de discutir questões e problemas relativos ao prazer dos homens. E tem muitos homens passando por maus bocados nesse aspecto, cabe salientar.

Penso ser importantíssimo discutir o prazer das mulheres. Mas, ir para a prática é fundamental. Um exemplo disso, é que muito se brinca que os homens não sabem onde está o clitóris. Saber o local, eles sabem. O problema é não conhecer o clitóris e, principalmente, a forma de tocá-lo e estimulá-lo. E aqui entra uma questão muito relevante: não é só o clitóris, os homens terão que aprender a sentir a mulher e esse ato sentir não começa com toques na Yoni. Começa por cada toque no corpo. Para tal, é necessário integração, que se precede de uma grande rendição. Ou seja, sem amorosidade, a maior das técnicas não cumprirá sua função, que é o amor. Orgasmo é elevação e não alimento para o ego, ou competição.

O Tantra e os seus toques sensoriais aplicados na massagem tântrica, têm muito a ensinar aos homens e as mulheres também. A questão é que, se as mulheres viverem essas experiências e os homens não as acompanhar, os critérios de prazer se modificarão e isso pode causar ainda mais sentimento de concorrência, ao ferir ainda mais seus egos.

Uma dica que dou aos homens: sei que ainda está em um início, que existem muitos tabus e barreiras e serem transpostas pelas mulheres. Mas, o fato é que elas estão buscando informações sobre a massagem tântrica. Atualmente, segundo alguns sites, cerca de 80% das pesquisas sobre massagem tântrica são realizadas por mulheres. Isso explica o fato de ser cada vez mais difícil encontrar uma mulher que, ao menos, não tenha ouvido falar da massagem. O próximo passo, não demora muito, estejam certos, é elas começarem a viver as experiências.

As mulheres necessitam de orgasmos e, por isso, cada vez mais, clamam por prazer. O orgasmo deveria seguir o caminho do entendimento e não o da oposição, por vezes, do conflito.

Não estou falando para ninguém se tornar terapeuta tântrico. Existem cursos específicos para esses aprendizados, superacessíveis e super em conta.

 

 

Por Prem Prabhu