A massagem tântrica e a crise que atravessamos

 

Postado em 22 de maio de 2017

 

Não gosto de falar (nem quando falam) que a terapia tântrica de um colega é cara. Cada um merece e tem o direito de precificá-la da forma que entende ser a mais justa. Cada terapeuta tem a sua realidade, seus custos, seus níveis de conhecimentos, de investimentos e de resultados. E PONTO

Mas, inevitavelmente, diante da crise que estamos vivendo, que traz desemprego, redução de renda e desaquecimento da economia, alguns valores antes praticados tornaram-se mais pesados nos bolsos. Seja como for, ainda assim, é bem diferente de ser considerado caro. O fato é que, hoje, até o preço justo está difícil de ser praticado, pois não há dinheiro.

Antes da crise, no caso da massagem tântrica, terapeutas e grupos praticavam preços de 400, 390 ou 350 reais por sessão e muitos terapeutas tinham agendas completamente lotadas, independente do público, sendo que a maioria sempre foi de homens, é claro.

Hoje em dia, quem ainda está praticando preços anteriores à crise, o preço justo dentro do entendimento de cada um, salvas as raríssimas exceções, tem espaço de sobra nas agendas, ou seja, ociosidade. Aliás, independente do setor, quem não está flexibilizando valores de bens e serviços, está penando. É um fato.

Apesar de não depender financeiramente da terapia, no meu outro trabalho, também tive que praticar algumas reduções nos contratos para mantê-los, pelo simples fato de que o dinheiro parou de circular.

Ao passo que a crise tira a possibilidade das pessoas viverem a experiência da massagem tântrica, ao mesmo tempo, todas as preocupações, estresses e ansiedades causadas por ela traz uma maior necessidade de relaxamento. O problema é que a imensa maioria das pessoas está tão habituada a conviver com essas externalidades negativas nas suas rotinas, que acaba tornando a massagem um luxo dentro das suas prioridades. Não deveria ser assim, mas a coisa funciona exatamente desse jeito.

Mesmo antes da crise, sempre trabalhei com preços bem mais módicos, porque posso, por vontade própria e porque o público feminino que atendo, lamentavelmente e injustamente, tem uma renda consideravelmente menor que o público masculino. Isso também é fato e é algo que não pertence apenas ao Brasil. O mundo é machista no mercado de trabalho!

Sei que, mesmo praticando valores bem mais módicos, ainda assim, noto o quanto eles pesam no momento atual. Por isso, estou sempre disposto a discutir o valor caso a caso com as minhas pacientes, obviamente, dentro dos limites que me são permitidos.

Trabalho dessa maneira com muita tranquilidade, pois sei que não ofereço concorrência desleal a outros terapeutas, pois o número de sessões que atendo em uma semana, eles atendem em um dia apenas. Infelizmente, não tenho tanto tempo disponível pelo fato de ter outro trabalho. Querer nem sempre é poder! Eu queria viver para o Tantra, mas ainda não reuni as condições ideais.

Mesmo atendendo pouquíssimas sessões semanais, acredito que minha maior missão seja a de permitir o acesso das pessoas à terapia. Tenho conseguido. Se posso oferecer condições especiais, as ofereço, sem o menor problema e não acho que esteja fazendo favor algum. Quando se trabalha com amor, não existe favor. Existe sim vontade de ver a outra pessoa bem, apenas isso.

 

Por Prem Prabhu