Sintam o poder dos toques mais sutis

 

Postado em 26 de dezembro de 2017



Ontem, conversava com uma paciente, antes de iniciarmos a sessão, sobre a falta que fazem os toques mais sutis entre os casais. Mencionava sobre um simples carinho na cabeça, no rosto, nas palmas das mãos, nos ombros, nos braços, etc. Mencionava também a falta de trocas de olhares (olhar nos olhos com amor), do sentir a respiração e do sentir um abraço mais amoroso.

 



As pessoas não têm noção o quanto esses sutis gestos de amor e carinho movimentam nossas mais diversas energias; o quão prazeroso torna, não só o momento, mas a vida a dois também. Por isso que sou a favor que as pessoas aprendam alguns elementos básicos de toques da massagem tântrica para levar para seus lares e para o dia a dia. Mas, não pela técnica apenas de forma a obter o resultado orgasmo. De preferência, para aprenderem a acariciar, transmitir e movimentar essa energia do sentimento, do amor, da emoção, do prazer e da integração.

Trazer isso para a vida, principalmenge para a vida a dois, aproxima, une, integra, desperta e desenvolve o foco na(o) companheira(o), a cumplicidade e, até mesmo, a fidelidade natural e espontânea, porque muito do que temos de fidelidade hoje em dia, o que ainda resta, é meramente obrigacional, não vem da alma. Prova disso é que vemos muitas pessoas cobrando fidelidade, se preocupando com isso ao ponto de fazerem as mais diversas besteiras.

Fidelidade é algo que não deveria ser cobrado, porque, para termos certeza do bom resultado dessa cobrança, precisaríamos estar ao lado da outra pessoa 24 horas por dia, suprimindo sua liberdade, individualidade e intimidade. Como isso é impossível, vêm as dúvidas e as desconfianças, o que chamamos de ciúmes. Alguém já viu uma relação ciumenta feliz?

Hoje, quando tocamos, estamos praticando um toque razo, pobre, frio, direcionado e mecânico. Por isso, esse enorme vazio que muitas pessoas estão sentindo. É óbvio que sei que pouquíssimas admitirão, mas sei muito bem que essa é a cruel realidade que vivemos. Simplesmente, o ato de tocar com amor em busca de um prazer intenso não nos é ensinado. A cultura da sociedade cria uma separação, colocando-os em oposição, deixando o toque do prazer e o toque do amor em extremidades diferentes, quando não deveria existir essa separação. O toque do prazer ficou na extremidade da área reservada ao pecado. Logo, ele é reprimido, porque a sociedade vive com base em dogmas religiosos. Estamos despindo o corpo, nos esquecendo que, antes, precisamos despir nossas almas.

O que estou falando ocorrre muito nas sessões que atendo. Vejo que a falta de contato é um grande mal que recai sobre as relações, afetando sobremaneira as mulheres, que têm sede pelos toques. Noto que, quando as pacientes passam pelo seu processo de decisão de viver a experiência da massagem tântrica, antes de ser despirem para o terapeuta, elas despiram suas almas para elas mesmas.

Quando falamos que a massagem tântrica provoca mudanças de percepções das mais diversas, estágios alterados de consciência, estamos tratando de um resultado que tem origem em uma necessidade do ser humano: os toques de amor e carinho. Porque é isso que a massagem tântrica é: um imenso carinho de puro amor. É esse carinho é tão poderoso que, por mais superficial que ela seja fisicamente - toque com as pontas dos dedos sobre a primeira camada da pele - ele atinge o âmago e a alma. Por analogia, é como se atingíssemos o fundo do oceano, tocando o espelho d'água.

Se eu pudesse da um conselho às pessoas e aos casais, falaria: toquem-se mais, acariciem-se mais! É maravilhoso! Experimentem! Sintam o poder dos toques mais sutis!

 

Por Prem Prabhu