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Antes de começar, gostaria de dizer, para quem tiver
paciência de ler o texto, que estou à disposição
para tirar dúvidas.
(A imagem que escolhi
para publicação é justamente o relato de uma mulher
que escolheu seguir minha sugestão e, em poucos
dias, obteve muitos resultados).
![](feedback-conteudo-5.jpg)
Quando comecei a me inserir neste universo
incrível do Tantra, muito motivado pelas leituras
dos livros de Osho e pelo convívio com pessoas que
carregavam essa linha de pensamento, percebi que
duas coisas seriam importantes para minha vida: a
calmaria e a auto-observação.
Meditar,
naquela época, era algo complexo e distante para
mim. Mas, entrar em calmaria era um processo mais
simples e muito eficaz e possível. Sempre entendi
que a meditação, independentemente do nível, deveria
ser precedida de calmaria. Logo, não criei a
obrigação de meditar, somente criei uma vontade
enorme e forte de me acalmar e, com isso, controlar
minha ansiedade de forma a viver em um mundo mais
real. Quanto mais real é o mundo que vivemos, mais
calmo e leve ele é. Viver em um mundo real não
significa deixar de sonhar. Uma coisa não tem a ver
com a outra. Aliás, os sonhos e ideais de vida
melhoram muito com a calmaria.
Então, meu
primeiro e mais importante passo, simples, porém
extremamente importante, foi o de buscar a calmaria,
diariamente, exercitando, levando a sério, sabendo
que deveria passar por um processo, em que a
paciência comigo mesmo (a autopaciência) seria
fundamental, até que, de fato, pudesse ficar
realmente calmo.
Não entrei nessa vibração
querendo ser uma pessoa 100% calma. Entrei para que
a base; para que o contexto da minha vida fosse
calmo, porque, como sempre digo, nada nem ninguém é
100%. Mas, verifiquei que, se o contexto da vida for
a calmaria, mesmo em momentos tensos, a capacidade
de controle aumentaria e, com efeito, deixaria de
ser uma pessoa ansiosa, nervosa, angustiada,
estressada, tornando tudo mais cristalino e leve.
Uma das coisas que nos deixa mais ansiosos é não
conseguir enxergar a nossa vida de forma clara,
dando a sensação de que estamos perdidos e à deriva.
A auto-observação foi um elemento que inseri
após a calmaria ser realmente um contexto; uma base
na minha vida. Quando passei a ficar mais calmo, aos
poucos, comecei a olhar para mim, a ver como eu
estava me inserindo no mundo, em que ponto estava a
minha vida. Comecei a me amar mais, a dar mais valor
a quem de fato sou. Nesse processo, comecei a ficar
feliz com a minha vida, principalmente pelo fato de
estar vivo e com saúde. Passei a reclamar menos e a
agradecer mais. Ou seja, iniciando outro processo de
me tornar uma pessoa grata; de me tornar gratidão,
pois, quando estamos agradecendo, estamos em um
ambiente de êxtase, onde a tristeza não entra.
Comecei a olhar mais para dentro de mim; a olhar
para mais para o meu todo, sem me particionar. Isso,
aumentou minha conexão comigo mesmo. Porém, observo
que nunca perdi a conexão com meu EU, porque isso é
impossível. Contudo, percebi o quanto é importante
aumentá-la diariamente e mantê-la forte.
Aqui, também gostaria de observar que tudo que
mencionei e que mencionarei são questões diárias. No
início você vai ter que se esforçar, se policiar,
mas, com o tempo, de tão bom que é, passar a fazer
parte do seu hábito diário, uma necessidade de se
alimentar. E realmente é um alimento.
Sempre
carreguei comigo a certeza de que somos seres
processuais e que estamos constantemente passando
por processos de transformação. Certamente, hoje,
somos diferentes de ontem. Muito ou pouco,
dependendo da vida que cada um escolhe levar e da
medida que cada pessoa tem, mas o fato é que
diariamente mudamos.
A partir da constatação
se que sempre estamos nos transformando, vi que as
minhas transformações ocorriam sem que eu parasse e
calmamente as percebesse; sem que eu as observasse;
sem que eu as apreciasse e escolhesse os caminhos
delas. Era passivo com as minhas transformações.
Uma parte até engraçada deste processo, foi que,
lá em 2002, quando o Brasil ganhou a Copa do Mundo e
todos cantavam aquele pagode gravado pelo Zeca
Pagodinho, cujo refrão tinha uma parte que dizia
assim: "Deixa a vida me levar, vida leva eu". Eu me
perguntei: É a vida que me leva, que me conduz, ou
sou eu que tenho que conduzir a minha vida?
Não só pela música, é claro, mas percebi que tinha
que ser o protagonista da minha vida e, para tal,
teria que assumir o papel principal dos meus
processos de transformação. Não dava para deixar
quem eu seria nos dias, semanas, meses e anos
seguintes correr de forma solta, passiva, sem que
tivesse consciência mínima do que estava
acontecendo. Não poderia me tornar um resultado do
acaso e do destino. Precisava ser consciente de
tudo.
Nada aconteceu de uma hora para outra.
Conheci o Tantra em fevereiro de 2001 e essas
percepções de que deveria me acalmar e me observar,
para saber constantemente em que ponto eu estava,
começaram a tomar forma em mim em meados de 2002,
por isso o link com o pagode.
Ou seja, pelo
menos um ano e meio de processo até chegar às
conclusões que cheguei. Mas, consegui ser
perseverante e achar a minha forma de entrar
diariamente em calmaria e passar a me observar de
forma mais cristalina. Creiam, a calmaria tira a
nuvem cinzenta que não permite que nos olhemos com
clareza. E precisamos nos enxergar de forma clara,
se desejamos ter autoconhecimento, ampliação da
autoconfiança, autoestima e amor-próprio e todos os
elementos que acharmos nesse processo.
Um
detalhe importante é a questão de resultado. Hoje,
como era naquela época, embora em menor escala,
somos induzidos constantemente ao resultado. Muito
dessa indução vem de palavras fáceis, decoradas, sem
que nos expliquem os meios. Ou seja, sem a
fundamentação; Hoje, mais do que na aquela época,
está se trabalhando disjuntores de liga e desliga
nas pessoas, como se isso fosse, subitamente,
transformar a alguém. Minhas vivências, minas
experiências internas, assim como aquelas que passei
com muitas pessoas, me dizem que não é tão simples
assim.
Então, decidi usar a calmaria e
auto-observação como meios. Compreendi que, se somos
seres processuais; se passamos por processos
constantes, jamais teríamos um resultado final, do
ponto de vista existencial. Então, verifiquei que
tudo na vida é um resultado parcial, pois a gente
nunca sabe quando vai acabar, qual o nosso limite e
com será o amanhã. Não existe resultado final no
plano existencial. O resultado final virá quando
deixarmos de existir, ou seja, quando morrermos.
Enquanto há vida, tudo é processual, transitório
oscilante e de resultados parciais.
Acredito
muito nos polos positivos e negativos da mente. Mas,
essa é uma crença terciária, neste contexto. A
crença secundária está no poder da mente. Já a
primária está no poder que temos sobre a nossa
mente. Nem todos nascem com esse poder primário,
aliás a minoria nasce. A maioria esmagadora, grupo
que faço parte, precisa desenvolver isso
processualmente e não existe esse tal disjuntos de
liga e desliga. A consciência das pessoas só
desperta para algo, quando esse algo está
fundamentado, quando se encontra uma razão.
Fiz questão de fazer essa introdução, para
apresentar uma proposta de exercício de calmaria e
auto-observação. Afinal de contas, não basta propor
o exercício. É necessário fundamentá-lo. Vamos a
ele. É simples, objetivo e funcionou comigo e para
quem passei:
De manhã, após o sono, nossa
mente está descansada. Quando despertamos,
normalmente, ainda ficamos naquele estado de
sonolência. Este estado não é o ideal para a prática
da calmaria e auto-observação.
Então, assim
que você se levantar, evite conversar com as pessoas
(de bom dia, é claro rsrs) tome um banho, tome seu
café da manhã (se quiser), mas bem leve para o corpo
não ficar pesado. Não olhe celular, redes sociais,
WhatsApp, notícias nem nada que vai tirar seu foco.
Bem, neste ponto, você já despertou
Uma vez
que tenha despertado, você vai separar apenas 15
minutos. Pode até colocar um despertados para tocar
suavemente dentro deste tempo. O ideal é que não
coloque. Então você vai escolher um lugar calmo, de
preferência onde esteja sozinha. Vai deitar ou se
sentar, contando que seja uma posição muito
confortável, que permita que relaxe. Você pode
colocar ao fundo ou em fone de ouvido, com som de
médio para baixo, músicas calmas, com sons da
natureza, sons te cristais etc. Músicas tântricas
são excelentes, uma dica.
Nessa posição
confortável, você fechará os olhos e não irá
abri-los por 15 minutos (compromisso). Com os olhos
fechados, você trabalhará sua respiração em
movimentos lentos e longos de inspirar pelo nariz e
expirar pela boca.
No início, inspire
lentamente e solte o ar com mais lentidão que na
inspiração. Qual expirar, sinta seu corpo esvaziar
de ar lentamente, até que consiga sentir o
esvaziamento lá no seu diafragma. Com o tempo, sem
pressa, sentindo seu diafragma esvaziando, você vai
começar a tentar puxar o ar, começando pelo
diafragma e não mais pelo peito. Eu disse com o
tempo. O começo, repito, é apenas expirar o ar,
sentindo o corpo esvaziar, até o diafragma. O
objetivo é atingir a respiração diafragmática,
porque a respiração peitoral é ansiosa. Mas, tem que
ter calma para atingir este objetivo, pois isso é um
processo.
Durante esse processo respiratório,
tente, aos poucos, dia após dia, esvaziar a mente.
No início, pensamentos virão, mas, aos poucos, você
vai cortando-os. O importante é manter-se firma no
propósito de fechar os olhos e respirar, da forma
acima descrita.
Faça isso por 30 dias,
diariamente. Você perceberá que a calmaria começará
a tomar conta do seu interior. Quando sentir que
estiver realmente se acalmando, consciente, nos 5
minutos finais, inicie um processo de
auto-observação, pensando em você, desejando o
melhor para você, agradecendo ser quem você é,
percebendo o quanto dar atenção a si é importante e
o quanto você é importante. Isso vai aumentar sua
conexão. Quando esta parte começar, você estará
dando início ao processo de se auto-observar e isso
vai evoluir.
A evolução disso é que você
começará a traçar seu dia, com consciência de quem
você e com conclusões sólidas do quanto importante
você é.
Três coisas importantes. Caso você
não more sozinha, converse em casa para que não te
chamem, não falem alto e não façam barulho neste seu
momento. E desligue o celular ou o coloque no modo
silencioso também. Nos 30 primeiros dias, faça
diariamente, esforce-se. Sei que terá um dia ou
outro que não será possível, mas isso tem que ser
exceção da exceção. Retorne no dia seguinte.
Mantenha os 15 minutos, no mínimo por 90 dias.
Depois, bem aos poucos, se desejar, aumente o tempo.
Busque nesse período sentir seu
amor-próprio. Se vier sentimento de culpa, perdoe-se
e dê um fim nisso. Seja gratidão a você neste
momento. Agradeça a você. Encha-se de gratidão.
Sinta segurança em ser quem você é. Sinta orgulho em
ser quem você. Elogie-se. Valorize o que tem de bom.
Jogue sua mente para o positivo nestes 15 minutos de
calmaria, principalmente no início. Com o tempo,
conforme você for se exercitando, todas essas coisas
boas acontecerão naturalmente, pois você terá se
habituado a elas e não vai mais querer deixá-las
adormecidas. Eles estão em você e sempre estiveram.
Esse exercício apenas irá acordá-las.
Durante o dia, procure filtrar o que você vai
absorver do que te falam e/ou do que fazem direta ou
indiretamente com você. Já escrevi sobre isso. Não
dê feedback às provocações. Se ouvir uma história
triste ou souber de algo triste de alguém, por mais
próxima que seja a pessoa, dê graças a Deus de que
não aconteceu com você. Não sem envolva
emocionalmente, com profundidade, em nada que não te
diga respeito, até porque, se alguém precisar da sua
ajuda, não será com o emocional a flor da pele que
sua ajuda será dada.
Enfim, este pequeno
exercício poderá levar você a um caminho de
meditação verdadeira. Mas, é sua escolha se vai por
este caminho e até o ponto que irá.
Por Marcelo
![](flor-de-lotus-home.png)
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