É o terapeuta quem define o foco do trabalho

Postado em 12 de março de 2017

Quando afirmo em meus textos que a massagem tântrica pode, respeitando seus pilares, adequar-se às necessidades de cada paciente, não significa exatamente que trabalharei da forma como cada paciente desejar. Seria até incoerente da minha parte trabalhar assim, pois estaria deixando de lado todo meu aprendizado.
 

Quem precisa avaliar a necessidade de cada paciente e o foco do trabalho que será feito é o terapeuta. Muitos fatores são levados em conta para se determinar os rumos da terapia.

Um dos fatores mais complexos, está relacionado com o estado emocional das pacientes. Muitas vezes nos deparamos com mulheres que estão passando por questões pessoais complicados e que buscam a massagem para livrarem-se das suas angústias e infelicidades. A massagem tântrica tem se mostrado muito eficiente nesse certame.

Geralmente, quadros como este trazem junto uma ansiedade excessiva. Um pouco de ansiedade é normal e sempre existirá na primeira sessão. No entanto, se for em excesso, pode interferir negativamente, porque a paciente passa a querer determinar os acontecimentos da terapia, esperando a todos instante pelo momento que ela definiu como fundamental, não vivendo o todo, não deixando fluir.

O terapeura precisa tirar a ansiedade excessiva da paciente. Aqui, dois pontos são importantes: a conversa e a respiração. A massagem tântrica precisa ser conversada com leveza e muita tranquilidade. Da mesma forma, com muita leveza e tranquilidade, deve ser trabalhada respiração.

A massagem tem o poder de levar a paciente para dentro de si, de uma forma profunda. E isso pode despertar e desenterrar muitos sentimentos e emoções, o que é excelente.

Muitas pacientes, quando começam o processo respiratório, ou no primeiro toque com as mãos aquecidas, sentem fortemente algumas emoções. Isso também ocorre no decorrer da terapia. A massagem tântrica mostra muita eficiência no sentido de ajudar a sua pacientes e expurgar tristezas e ansiedades. Trata-se de algo químico, físico e espiritual. Seus toque chegam até a alma!

Nestes anos de caminhada na massagem tântrica, noto que, muitas pacientes que estão mergulhadas em questões emocionais, interpretam que o orgasmo será a solução e focam apenas nele. Entendo que ele faça parte da solução, mas, inevitavelmente, será o o todo que trará as repostas que elas precisam.

Definitivamente, meu trabalho não visa apenas o orgasmo. Ele visa a felicidade ampla, o bem estar total. A massagem é um processo terapêutico e isso implica em avançar passo a passo em busca do grande objetivo que, em minha opinião, é a felicidade. Trabalho para isso! A felicidade vem de uma soma de
plenitude e completude, conquistadas por meio das autodescobertas, da ampliação da autoconsciência e do autoconhecimento.

Para tal, as pacientes devem estar, ao menos, abertas a escutar o terapeuta. Eu descontraio, afirmando para elas que algumas questões emocionais as tornam cabeças duras. Brincadeiras a parte, é isso que acontece e diluir tudo isso é meu papel, minha responsabilidade.

Não é algo tão simples mudar percepções sobre si e sobre o mundo e reprogramar a sexualidade. A paciente precisa querer também. O prazer que busco para as minhas pacientes é muito amplo. Passa pelo prazer do orgasmo, para que sintam prazer de ser quem são. Quando sentimos este prazer, a felicidade entra em nós e não sai mais. Quando sentimos esse prazer completo, nossa autoestima se eleva de forma intensa e constante e isso se emana para o mundo.

A paciente precisa se permitir, em primeiro lugar. Depois, permitir que o terapeuta faça seu trabalho.

Por Marcelo (Prem Prabhu)