|
A anorgasmia faz parte, quase que exclusivamente, do
universo feminino. Como meu foco de trabalho está
nas mulheres, prefiro não tratar da anorgasmia
masculina.
Recebi algumas poucas mensagens
por conta das duas publicações anteriores sobre o
tema. Notei que as mulheres que se comunicaram
comigo não conseguiram dissociar a anorgasmia de um
problema, discordando de mim pelo fato de eu
tratá-la como uma questão.
Mantive e mantenho
minha opinião em relação à forma do tratamento que
dou, pois não cheguei a está conclusão do nada.
Apenas preferi considerar que, segundo médicos,
terapeutas e pesquisas, 99% dos casos de anorgasmia
estão relacionados aos bloqueios sofridos pelas
mulheres. Alguns estudos clínicos apontam que este
percentual por bloqueios é de 97%. Particularmente,
pelas minhas pesquisas, ainda prefiro trabalhar a
minha mente com 99%, observando que jamais me
deparei com uma paciente com anorgasmia que não
fosse relacionada a bloqueios.
O orgasmo não
exige que tenhamos um(a) parceiro(a) para que ele
aconteça. Até nisso ele facilita. Ele está muito no
campo da decisão de tê-lo, ou não. As questões que
promovem os bloqueios e causam a anorgasmia, no caso
das mulheres, estão relacionadas com o aprendizado
da mulher em relação ao seu corpo, partes íntimas e
como trabalhá-las; com questões históricas, que
sempre visaram tolher a sexualidade e,
consequentemente, o orgasmo feminino e; hoje em dia,
a indústria pornografia e da sensualidade e os meios
de comunicação, que estabelecem padrões, que falam
de ponto G, ejaculação feminina, formas de orgasmos,
impondo que as mulheres têm o dever de ter orgasmos
dentro daqueles parâmetros, mais atrapalhando do que
ajudando.
O orgasmo virou produto que gera
dinheiro e isso vem estressando sobremaneira as
mulheres, independentemente da idade. Não tratam que
o orgasmo acontece caso a caso, ou seja, não o
tratam como algo personalíssimo. Tratam de maneira
geral, como se todas devessem sentir aquilo que está
sendo informado e fazerem "aquilo que o mestre
mandou".
Como efeito negativo, os fatores
mencionados tornam a sexualidade um verdadeiro peso,
um mistério, algo mitológico, com direito a elfos,
unicórnios, naves alienígenas, dentre outras coisas
que não existem, ou que achamos que existem. Tudo
isso tira a naturalidade e a tranquilidade, criando
exigência e expectativas sobre expectativas, gerando
ansiedades enormes.
Continuarei afirmando que
a anorgasmia é sim uma questão que pode ser
equacionada a partir do momento em que as mulheres
decidirem parar de prestar no mundo externo e se
voltarem para si, para os seus interiores, de forma
calma, tranquila, sem cobranças, sem imposições de
padrões.
A massagem tântrica tem respondido
as mais diversas questões de anorgasmia, justamente,
porque traz as pacientes para dentro delas, promovem
uma viagem incrível aos seus âmagos. Aqui, volto a
bater na tecla da ampliação da autoconsciência e do
autoconhecimento.
Outra questão que volto a
bater na tecla: muito embora a massagem tântrica
trate do orgasmo, devemos ter em mente que é
importante ir até ela pelo todo.
Enfim, as
mulheres podem sim decidir se terão, ou não, seus
orgasmos.
Por Marcelo

|
|
|