Anorgasmia

(ausência de orgasmos) Parte III

 
       
 

A anorgasmia faz parte, quase que exclusivamente, do universo feminino. Como meu foco de trabalho está nas mulheres, prefiro não tratar da anorgasmia masculina.

Recebi algumas poucas mensagens por conta das duas publicações anteriores sobre o tema. Notei que as mulheres que se comunicaram comigo não conseguiram dissociar a anorgasmia de um problema, discordando de mim pelo fato de eu tratá-la como uma questão.

Mantive e mantenho minha opinião em relação à forma do tratamento que dou, pois não cheguei a está conclusão do nada. Apenas preferi considerar que, segundo médicos, terapeutas e pesquisas, 99% dos casos de anorgasmia estão relacionados aos bloqueios sofridos pelas mulheres. Alguns estudos clínicos apontam que este percentual por bloqueios é de 97%. Particularmente, pelas minhas pesquisas, ainda prefiro trabalhar a minha mente com 99%, observando que jamais me deparei com uma paciente com anorgasmia que não fosse relacionada a bloqueios.

O orgasmo não exige que tenhamos um(a) parceiro(a) para que ele aconteça. Até nisso ele facilita. Ele está muito no campo da decisão de tê-lo, ou não. As questões que promovem os bloqueios e causam a anorgasmia, no caso das mulheres, estão relacionadas com o aprendizado da mulher em relação ao seu corpo, partes íntimas e como trabalhá-las; com questões históricas, que sempre visaram tolher a sexualidade e, consequentemente, o orgasmo feminino e; hoje em dia, a indústria pornografia e da sensualidade e os meios de comunicação, que estabelecem padrões, que falam de ponto G, ejaculação feminina, formas de orgasmos, impondo que as mulheres têm o dever de ter orgasmos dentro daqueles parâmetros, mais atrapalhando do que ajudando.

O orgasmo virou produto que gera dinheiro e isso vem estressando sobremaneira as mulheres, independentemente da idade. Não tratam que o orgasmo acontece caso a caso, ou seja, não o tratam como algo personalíssimo. Tratam de maneira geral, como se todas devessem sentir aquilo que está sendo informado e fazerem "aquilo que o mestre mandou".

Como efeito negativo, os fatores mencionados tornam a sexualidade um verdadeiro peso, um mistério, algo mitológico, com direito a elfos, unicórnios, naves alienígenas, dentre outras coisas que não existem, ou que achamos que existem. Tudo isso tira a naturalidade e a tranquilidade, criando exigência e expectativas sobre expectativas, gerando ansiedades enormes.

Continuarei afirmando que a anorgasmia é sim uma questão que pode ser equacionada a partir do momento em que as mulheres decidirem parar de prestar no mundo externo e se voltarem para si, para os seus interiores, de forma calma, tranquila, sem cobranças, sem imposições de padrões.

A massagem tântrica tem respondido as mais diversas questões de anorgasmia, justamente, porque traz as pacientes para dentro delas, promovem uma viagem incrível aos seus âmagos. Aqui, volto a bater na tecla da ampliação da autoconsciência e do autoconhecimento.

Outra questão que volto a bater na tecla: muito embora a massagem tântrica trate do orgasmo, devemos ter em mente que é importante ir até ela pelo todo.

Enfim, as mulheres podem sim decidir se terão, ou não, seus orgasmos.

 

Por Marcelo