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Quando trato de pacientes com casos anorgasmia,
independentemente do tipo, sem sombra de dúvidas, é
necessário atenção mais que especial.
Já tive
sessões que levaram mais de 3 horas, algumas mais de
3 horas e meia. O tempo não importa. O importante é
estimular para que as mulheres tenham as respostas
que tanto desejam, de forma que possam se libertar
deste peso e buscar seus caminhos de felicidade.
Aprendi que quando recebemos uma paciente com
este tipo de questão, geralmente, existem muitas
expectativas e muitíssimas ansiedades envolvidas. Só
que, ao mesmo tempo, existe por parte das pacientes
muita desconfiança de que a massagem tântrica dará
as respostas que elas tanto desejam, vez que estamos
tratando de algo que as acompanha durante anos,
décadas e até por uma vida inteira.
De fato,
a anorgasmia cria um ambiente não propício, mas que
pode ser perfeitamente revertido. Devo lembrar que,
se para o terapeuta a anorgasmia é uma questão, na
cabeça das pacientes ela é sim um problema que
precisa começar a ser diluído com conversas. É
necessário que o terapeuta saiba que quem vive a
anorgasmia é a paciente e não ele.
Como
reverter este ambiente não propício?
O
primeiro passo é sim saber conversar com as
pacientes. Levar até elas a verdade. E a verdade é
que a anorgasmia não é um problema, mas sim uma
questão relevante que precisa de respostas. O
terapeuta precisa entender que as pacientes vivem em
uma sociedade ruim e que quase metade das mulheres
sofrem com algum tipo de anorgasmia, mas não falam e
não são estimuladas a buscarem respostas. E ainda
tem algumas que afirmam para outras terem prazeres
infinitos, quando, na verdade, não os têm ou, quando
os têm, são bem abaixo do que desejariam.
Inevitavelmente, este fato faz a paciente sentir-se
um peixe fora d'água. Vivemos uma sociedade que não
nos estimula a olhar para nossos interiores e que é
especialista na vida alheia.
A conversa
precisa ser sincera e tranquila, permitindo que a
paciente se abra, objetivando diluir tudo aquilo de
negativo que o mundo externo faz questão de inundar
nossas mentes. O terapeuta precisa buscar sinergia
com a paciente, porque ela vem fechada, na
defensiva. É preciso, como exposto acima, diluir os
aspectos negativos, as ansiedades e as expectativas
excessivas. É preciso fazer com que a paciente
entenda que ela precisa deixar as coisas fluírem com
naturalidade. Para tal, a confiança no terapeuta é
fundamental.
Segundo, é necessário focar
muito na respiração, induzindo a paciente a uma
espécie de meditação profunda. Respiração e olhos
fechados, sempre. É preciso esvaziar a mente da
paciente, levando-a para dentro dela, fazendo com
que olhe apenas para dentro de si. Aqui é importante
destacar que o terapeuta deve sempre acompanhar as
pacientes nessa etapa extremamente relevante, não só
como estímulo, mas também para o próprio terapeuta
elevar seu nível de concentração sobre a paciente,
de forma que possa senti-la melhor. Esta indução à
meditação tem a função de acalmar a paciente, de
esvaziar sua mente das externalidades negativas.
Conversa + respiração são fatores fundamentais
para qualquer paciente e, nos casos de anorgasmia,
determinarão a aderência ao todo. As expectativas,
as ansiedades, as angústias e as externalidades
devem ser controladas. Do contrário, as pacientes,
fatalmente, vão querer ter o controle sobre os
acontecimentos da massagem e isso não é bom, pois
pode colocar todo trabalho por água abaixo,
causando-lhes ainda mais frustrações.
Por Marcelo

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