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Será
que estou sendo radical?
Postado em 9 de março de 2017
Recentemente,
publiquei um texto afirmando que todo terapeuta que trabalha
com a massagem tântrica deve ter como hábito ser paciente da
sua terapia. Mencionei inclusive que recebo a massagem de 15
em 15 dias e que não abro mão disso. Serei sempre um eterno
paciente, tal como ocorre há mais de 16 anos. Deixo claro
que meu posicionamento se refere à terapia que trabalho e
que não conheço as outras para opinar.

Também mencionei que o fato de receber a massagem faz com
que o terapeura mantenha suas energias em equilíbrio, além,
é claro, de melhorar seus níveis de sensibilidades e
percepções, algo importante no contexto da massagem
tântrica, pois permite entender e sentir melhor as(os)
pacientes.
Outro dia, fui procurado por uma terapeuta do Sul, que leu
este texto publicado e disse que, a partir dele, adotou a
prática de receber a massagem tântrica de 15 em 15 dias
também. Informou que se sentia mais leve, que a qualidade da
sua terapia melhorou e que, alem dela, as(os) pacientes
sentiram isso também.
Por conta da crise que estamos vivendo, tal como também já
mencionei em texto, venho recebendo contatos de homens e
mulheres que estão buscando a Massagem Tântrica como meio de
trabalho. Entendo que isso é bom, porém, dentro de um
contexto de seriedade.
Pelo fato de eu trabalhar apenas com o público feminino, a
maioria dos contatos são realizados por mulheres que desejam
ser terapeutas. Com a colocação do meu site online, notei
que neste úlltimo mês os contatos aumentaram. Foram
exatamente 12.
As dúvidas são as mais diversas, mas praticamente todas
giram em torno do mesmo. Eu tento ajudar, na medida do
possível. No entanto, noto que algo grave e sintomático em
quase todas: jamais experimentaram a Massagem Tântrica e não
sabem se teriam coragem de experimentar.
Reafirmo que, no âmbito da terapia que trabalho, tornar-se
uma terapeuta, sem experimentá-la, é algo muito complicado
e, mais complicado ainda, é ter receio dela.
Não podemos oferecer uma terapia (existencial em quase toda
sua extensão) às pessoas, sem conhecer e sentir de fato os
seus efeitos. Não podemos oferecer uma terapia profunda como
a tântrica, se estamos com nossas mentes inundadas de tabus,
paradigmas e preconceitos, justamente, o que o Tantra mais
combate como amarra de vida e causa de angústias e
infelicidades. Não podemos oferecer algo que não acreditamos
ser bom e puro.
Para agravar a situação, "profissionais" terepeutas
tântricos, estão promovendo cursos de poucos dias, cobrando
mais de mil reais, formando pessoas que jamais
experimentaram a massagem e que a ela possuem restrições.
Carrego comigo a convicção de que isso jamais dará certo e
que, provavelmente, em muitos casos, a coisa tenderá para o
lado que mais tenho repúdio.
Não quero ser chato e sou dono apenas das minhas verdades.
Nesse sentido, afirmo que, provavelmente, pacientes que
passarem pelas mãos desses novos terapeutas, jamais voltarão
a viver a experiência da massagem tântrica. Sairão
frustradas(os), principalmente as mulheres, cujas
sexualidades são extremamente profundas. Será a mensagem da
frustração que levarão adiante, prejudicando os bons
terapeutas que investem tempo e dinheiro suado, que dependem
da terapia para seus sustentos e das duas famílias.
Não me coloco como um terapeuta perfeito, pois não acredito
em perfeição dos seres humanos. É óbvio que já tive
pacientes que não tiveram aderência total à terapia. Mesmo
sendo um pequeno número, foram casos que me deixaram
tristes, pois não fui eficiente naquelas oportunidades e as
expectativas das pessoas não devem servir para estatísticas.
Porém, garanto que nenhuma delas saiu das sessões com
dúvidas de que receberam massagem tântrica e com dúvidas
sobre meus sentimentos, seriedade e respeito.
Não sei se estou sendo radical. Deixo para cada um fazer
suas avaliação.
Por Marcelo (Prem Prabu)
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