Para sair do inferno que o mundo nos impõe

 

Postado em 11 de março de 2017 (atualizado em 27 de fevereiro de 2019)

 

 As pessoas não estão sabendo lhe dar com as pressões cotidianas. O stress e a ansiedade, infelizmente, passaram a fazer parte das nossas vidas, porque somos cobrados e compelidos a dar e demonstrar resultados a todo instante, seja em relação aos nossos comportamentos: em relação às questões profissionais ou em relação às reciprocidades de sentimentos e atitudes. Até para o amor querem nos obrigar a isso.

Vivemos cercados de cobranças e cobradores e permitimos isso com grande conformismo, por vezes, beirando a inércia e a omissão com nós mesmos. Somos condicionados a aceitar tudo, menos a nós mesmos. A questão é que a nossa autoaveitação deixa de alimentar muitos interesses.

Também somos grandes cobradores de nós mesmos. Passamos a nos criticar, a nos julgar e a nos condenar a todo instante; passamos a nos comparar ao mundo; nos esquecemos do fato de que somos únicos, que temos o nosso tempo individual e que sentimos tudo de forma única. Desconsideramos o fato de que a energia do amor que flui em nós é única.

 

Cobramos de nós mesmos. Cobramos das pessoas. Cobramos, cobramos e cobramos e somos cobrados. Perdemos a paciência com nós mesmos e consequentemente com nossos semelhantes.

Vivemos em prisões por nós construídas. A mídia não contribui em nada para que tenhamos um existência harmônica, pois, a todo instante, despeja sobre nós, além das desgraças, padrões de vida sobre, como se conhecesse nossa felicidade; como soubesse exatamente o que precisamos para atingir a felicidade. A mídia conhece até os nossos orgasmos e o que devemos fazer para atingi-los. O resultado não pode ser bom, não é mesmo?

Passamos a viver para tudo e todos e não para nós mesmos. Vivemos pequenos momentos de liberdade, paz e leveza e achamos isso maravilhoso. Vivemos espasmos de êxtase. Porém, poucos dias, ou até horas depois, todo esse stress retorna com todos os seus desdobramentos terríveis.

Tudo está aí para jogar peso sobre nossas mentes, fazendo com que nos afastemos de nossaa consciências, impedindo que nos conheçamos e nos aceitemos. Tudo está aí para que entremos em conflitos internos. Tem muita gente que acha que a insatisfação é capaz de movê-las. Até a vontade bem sendo confundida com insatisfação.

Estamos ansiosos, imediatistas e angustiados. Para sair desse círculo vicioso, muitas vezes, as pessoas precisam levar duras pancadas da vida, até mesmo com a saúde, para perceber o que estou afirmando até aqui.

Precisamos dar um basta nesse verdadeiro inferno que vivemos. Precisamos entender que existe uma vida feliz nos esperando e que ela está mais perto do que imaginamos. Ela está dentro de nós. Trata-se de uma busca que não nos traz riscos e que pede apenas um pouco da nossa atenção nós mesmos.

Nosso interior precisa ser ouvido. Ele nos manda mensagens constantemente. Ele se comunica conosco avisando que precisamos mudar nossas vidas e nós, simplesmente, o ignoramos. Na verdade, nos ignoramos a todo instante para satisfazer o mundo.

A massagem tântrica é um meio muito interessante para que possamos nos encontrar com nós mesmos. Ela não é uma oportunidade de gozar ou ter orgasmos, simplesmente. Ela é para isso também, porém, vai muito além.

Trata-se de uma massagem que levará, em primeiríssimo plano, por meio da respiração, a um estágio de calmaria profunda ou de meditação, que permitirá que a pessoa se sinta de verdade e se enxergue de forma ampla e profunda; um encontro com âmago. A partir desse estágio tudo começa a ser trabalhado e novas percepções começam a surgir.

No entanto, é necessário frisar que mudanças assim não ocorrem do dia para a noite. A pessoa precisa se permitir, porque a massagem tântrica faz parte de um processo; porque, mudanças e transformações nos seres humanos são processuais. Por isso, é importante ter esta incompreensão, que levara à continuidade. No fundo, é necessário que as pessoas tenham paciência com elas mesmas.

A sexualidade, que interfere em absolutamente todos os aspectos das nossas vidas, não se transforma de uma hora para outra. Não se muda uma história de vida em 2 horas a 2 horas e meia de sessão.

Ainda que na primeira sessão a pessoa transite por todas ou quase todas as sensações e emoções que a massagem pode proporcionar, mesmo assim, tudo isso precisa ser sedimentado. Para tal, é importante continuar.

Tudo faz parte de um processo, como se fosse uma caminhada. Porém, uma caminhada com destino bem definido. Corpo e mente precisam de tempo para assimilar as novas informações e serem reprogramados.

Já atendi pacientes que tiveram uma primeira sessão intensa e que, mesmo eu falando para continuar, acharam que tudo estava resolvido. Provavelmente, voltaram ao estágio anterior a massagem. Também já tive pacientes que não tiveram uma primeira sessão tão intensa, mas que decidiram continuar e hoje relatam felicidade e prazeres.

Os resultados da massagem tântrica dependem também das pacientes e isso não diminui a responsabilidade do terapeuta sobre o seu trabalho, pelo contrário, aumenta!

Por Marcelo (Prem Prabu)