Osho disse, e eu concordo plenamente com ele, que a massagem é "algo que você começa a aprender, mas você nunca termina. Ela avança e avança e a experiência se torna continuamente mais profunda e mais profunda e mais alta e mais alta".

Para os casais, afirmo, com muita tranquilidade, que a troca massagem, a vivência, pode sim se tornar um hábito incrível para retomar o contato. É óbvio que tendo alguma técnica básica é melhor, mas, mesmo se não tiver, mesmo assim, será algo incrível. Entendam que a massagem terá sempre um elemento importante: o amor.

Os melhores terapeutas são aqueles que dominam a técnica, mas a aplica com sentimento pelo seus semelhantes. Os melhores terapeutas, tem uma característica muito forte: a entrega, que é o fator que permite sentir o (a) paciente.

A perda do contato entre os casais, geralmente, começa pelo homem, justamente pela sua natureza visual. No entanto, quem mais sente o peso dessa perda é a mulher, justamente pela sua característica sinestésica, relacionada ao toque. Mulher não gosta de ser tocada, simplesmente. Não se trata de um capricho. Mulher tem a necessidade de ser tocada constantemente em cada milímetro do seu corpo, das unhas dos pés até os fios de cabelo, pois isso está na natureza dela.

Apesar de sua natureza visual, o homem tem sim muita sinestesia. Ele apenas permite que o visual predomine e isso acaba por suprimir sua sinestesia. O visual é mais cômodo, mais simples e mais óbvio. No entanto, não é nada que não se possa resgatar facilmente, por meio de toques em vivências. Nessa esteira de pensamento e prática, a troca de massagem pode ser algo fundamental nesse resgate.

Como homem, posso afirmar que a sinestesia nos traz um prazer incrível, uma energia enorme. A sinestesia nos equilibra. Muda a vida e o nosso foco em diversos aspectos, até no profissional, porque passamos a ficar mais atentos. Na vida a dois, a sinestesia equilibra as naturezas do homem e da mulher. Isso se resume em felicidade.

Um ser visual olha para tudo, mas não foca e não presta atenção em nada. Ele se torna um ser confuso, facilmente manipulado pela indústria da pornografia e da sensualidade, e isso traz desdobramentos terríveis, tal como a adaptação letal da natureza de quem traz a sinestesia como predominante. Entenderam? Não? Então reflitam.

Tenho relatos das minhas pacientes que indicam como certo o que estou tratando aqui. Durante, e após a terapia, sinto que elas trazem a necessidade do contato, pois liberam hormônios inerentes às suas sinestesias. Saem da terapia com as suas naturezas estimuladas.

Por isso, foco muito na respiração e meditação, insistindo que as pacientes esvaziam suas mentes, deixem seus problemas do lado de fora e foquem apenas em si e nas energias conduzidas pelos toques sutis da massagem. Um dos diversos objetivos da meditação é devolver as pacientes a consciência do toque e do contato. Trazer à tona o que está adormecido, porém, causando ansiedades, angústias e sofrimentos.

Tenho certeza que cada paciente minha terá lembrança de todos os toques que receberam. Além disso, incentivo o autoprazer para que elas trabalhem suas sinestesias no dia a dia, nas suas rotinas. As mulheres podem ajudar muito os homens no resgate da sua sinestesia. Basta querer de verdade.

Falar sobre o tema deste texto com os homens, ou seja, falar sobre sinestesia e contato, é algo pode ser feito sem que se mencione o Tantra. Portanto, não existem tabus. Dialogar é importante.

O que estou tratando aqui tem a ver com entrar em sincronia com seus parceiros. Desfragmentar as sensações e emoções, em busca de completude. Homens e mulheres não devem estar em contradição, mas sim, numa sintonia de orquestra.

Mais textos virão. Trarei a prática.

Por Marcelo (Prem Prabhu)