A indústria do prazer superficial

 

 

Tenho hábito de ler sites e blogs voltados para o público feminino que tratam de sexo, porém, jamais da sexualidade. Por força do meu trabalho, me vejo na obrigação de sempre pesquisar o universo feminino e tudo que a ele diz respeito.
 


 

Falam de posições, de tipos de homens e mulheres, de comportamentos, de prazeres e orgasmos, até de massagem tântrica, sempre de forma banal, mecanizada, como se tudo estivesse disponível em prateleiras. Ditam regras e criam, a todo instante, padrões com finalidades de consumo.

São matérias e artigos escritos por pessoas totalmente despreparadas, que trazem qualquer coisa para as suas leitoras. O importante é gerar volume de textos curtosde para ter acessos, cliques, vistas de páginas e faturarem mais e mais. E o conteúdo? E os resultados dessas asneiras trazidas em larga escala? Ah, isso é o que menos importa.

Vejo terapeutas tântricos excelentes e renomados entrando nesse tipo de jogo para vender suas terapias, banalizando a Massagem Tântrica. Tudo para estar na mídia, faturar e alimentar seus egos.

Sei que minha situação é diferente, pois não dependo financeiramente da terapia. Mas, mesmo se dependesse, levaria a massagem adiante, da mesmíssima forma que faço aqui e, mais recentemente, por meio do meu site.

Não vejo nenhuma dessas mídias tratar de sexualidade e da enorme capacidade que o prazer tem no sentido de elevar as pessoas. Para mim, deixar a sexualidade de lado é algo bem óbvio, porque, se passassem adiante a idéia de prazer consciente, todos os produtos ficariam encalhados nas prateleiras.

A verdade que essas mídias, bancadas pela indústria da pornografia e da sensualidade, não querem que as pessoas descubram que o verdadeiro prazer e a elevação por meio do prazer estão dentro delas e que apenas precisam ser estimuladas para virem à tona.

Sempre defenderei que a indústria do sexo é a indústria do prazer superficial, que serve apenas para deixar as pessoas mais ansiosas, angustiadas e frustradas, querendo, desesperadamente, adequarem-se aos padrões ali estabelecidos e, por fim, consumir produtos.

As pessoas precisam criar consciência sobre suas sexualidades.

Por Marcelo (Prem Prabhu)